A comunidade agrícola e científica da Europa está preocupada com as recentes decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia (CJEU) sobre o conceito de modificação genética. Isso porque, recentemente, o tribunal acabou proibindo uma técnica de edição genética em todo o continente europeu por considerá-la como modificação.

Nesse cenário, os cientistas temem que essa decisão da União Europeia (UE) restringirá a capacidade de desenvolver novas culturas com resistência a doenças e resiliência às mudanças climáticas. A preocupação é considerada válida já que a técnica em questão foi classificada como promissora e os estudos recentes mostram que os níveis da fome mundial aumentaram consideravelmente.

De acordo com o Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido (DECRA), existe uma diferença entre os dois termos, sendo que edição de genoma é a alteração deliberada de uma sequência de DNA selecionada em uma célula viva, diferentemente da modificação genética, que não envolve a inclusão de DNA de outra espécie, de modo que a alteração induzida poderia ter ocorrido naturalmente por meio de mutação genética.

“Organismos geneticamente modificados não devem ser regulados como OGMs se as mudanças em seu DNA podem ter ocorrido naturalmente ou através de métodos tradicionais de reprodução”, diz o órgão.

Os agricultores também estão se mostrando preocupados com esse tipo de decisão deliberada, já que o descarte dessas tecnologias aumentaria consideravelmente o custo de produção da agricultura. Para o produtor Tom Allen-Stevens, que está trabalhando com o National Farmers’ Union, a produção no Reino Unido poderia acabar.

“Como agricultor, estou muito preocupado que, como resultado dessa decisão, os frutos dessa pesquisa valiosa nunca cheguem à minha fazenda, as colheitas produzidas no Reino Unido podem cessar completamente”, conclui.

 

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottens