A 24ª Conferência das Partes (COP 24) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima começou nesta semana (02/12), em Katowice (Polônia), de olho no que cada nação já está fazendo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e controlar o aquecimento do planeta. Enquanto os países signatários do Acordo de Paris têm até 2020 para começar a implementar os compromissos assumidos em 2015, 2018 é o quarto ano mais quente já registrado desde o final do século 19, quando passou-se a medir com precisão a temperatura e outros fatores climáticos.

Com o lançamento do relatório do IPCC, o ano de 2018 fica marcado pela advertência dos cientistas para que as ações de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas sejam urgentemente intensificadas para que a humanidade não sofra as consequências do clima. Ao longo desta e da próxima semanas, representantes de diversas nações estão envolvidos em negociações críticas sobre como lidar com o problema coletivo e urgente das mudanças climáticas.

Espera-se que o resultado das negociações aponte soluções para o financiamento climático, batalha política que esteve presente em todas as outras 23 COPs do Clima. Neste momento, os países desenvolvidos têm o papel de disponibilizar recursos financeiros, humanos e tecnológicos às nações mais pobres por meio de suas agências de cooperação internacional, universidades, centros de pesquisa etc. Já países em desenvolvimento necessitam de auxílio com compartilhamento de tecnologias, mapeamento de vulnerabilidade, medidas de adaptação a eventos climáticos extremos e segurança alimentar.

“Com esse intercâmbio de recursos, todos os países poderão planejar e implementar os ambiciosos compromissos com o clima, muitos dos quais dependem de financiamento também fornecido pelos países desenvolvidos”, analisa o gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, André Ferretti. Segundo ele, é preciso que todos concordem coletivamente com um caminho que o mundo considera decisivo, ambicioso e, acima de tudo, responsável.

O Acordo de Paris foi assinado por 196 países, durante a realização da COP21. Naquele encontro, o mundo se comprometeu a chegar ao final deste século com um aumento de temperatura média da Terra menor que 2°C, concentrando esforços para ficar o mais próximo possível de 1,5°C de aumento. No entanto, os compromissos assumidos até hoje pelos signatários de Paris conduzem a um mundo 3°C mais quente, motivo pelo qual o Acordo tem sido amplamente discutido e é tema principal da conferência na Polônia.

COP24

A Conferência das Partes é tradicionalmente dividida em dois momentos. A primeira semana é focada, normalmente, em discussões, debates e eventos entre os países presentes, representados por diplomatas e técnicos. A segunda semana, considerada extremamente importante é marcada pelo encontro de presidentes e ministros para as tomadas de decisões e votos em cima das discussões da semana anterior.

Em mais um ano, a Fundação Grupo Boticário está presente durante as duas semanas, participando ativamente de encontros e acompanhando as decisões finais, com o objetivo de se atualizar sobre os principais acordos e novidades sobre os temas que circundam a conservação e as mudanças climáticas. Na primeira semana, a instituição participa de seis eventos que terão como temas principais Soluções Baseadas na Natureza (SbN) e Adaptações Baseadas em Ecossistemas (AbE), ações que têm sido amplamente utilizadas no Brasil e no mundo para conter os prejuízos provocados pelas mudanças do clima.

Confira a agenda desta Sexta-feira (7/12):
das 14h às 15h30
Lançamento do Relatório “Potência ambiental da biodiversidade – um caminho inovador para o Brasil” – Organizado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)

O PBMC, em parceria com a Fundação Grupo Boticário, vai lançar o relatório sobre Clima e Biodiversidade. Na ocasião será divulgado o sumário para Tomadores de Decisão do Relatório Especial “Potência ambiental da biodiversidade – um caminho inovador para o Brasil”, iniciativa conjunta do PBMC e da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), com apoio da Fundação Grupo Boticário.


Fonte:
Assessoria de Imprensa