Por Ivan Ramos, diretor executivo da Fecoagro

Na última semana, a Organização das Cooperativas do Estado de SC (Ocesc), levou ao conhecimento das cooperativas catarinenses os números apurados pelo setor em 2017. Mesmo diante da crise econômica do País, o relatório mostra que houve avanços nas cooperativas de todos os ramos. Embora o crescimento de faturamento tenha sido mínimo, isso é apenas 2,67% maior que 2016; contrariando as previsões de que seria de 12 por cento, as sobras tiveram aumento expressivo: cerca de 41,36%, demonstrando que a eficiência nos negócios cooperativos foi maior que o faturamento.

O ramo agropecuário, embora sendo o segundo em número de cooperativas e o quarto em número de associados, continua sendo o mais importante no que diz respeito ao faturamento global, incluindo todos os ramos de cooperativas existentes em nosso Estado. Cerca de 60 por cento do faturamento global vem das cooperativas agropecuárias. São mais de R$ 20 bilhões, num total de R$ 32,7 bilhões.

As cooperativas de crédito continuam sendo as mais expressivas em número de associados. São mais de 1 milhão e 560 mil associados no ramo de crédito integrantes de 61 cooperativas. O crescimento tem sido vertiginoso. Evidentemente que a liberação do Banco Central  para que qualquer interessado se associe nas cooperativas de crédito, pelo sistema de livre admissão, e os resultados que elas veem oferecendo ano após ano, além de taxas atrativas, prestação de serviços personalizados e devolução de sobras, são motivos importantes do avanço desse ramo do cooperativismo.

Os números apresentados pela Ocesc são interessantes e abrangentes. O relatório estratifica diversos índices, e por ramo de cooperativa, demonstrando mais uma vez que a gestão democrática e a transparência dos atos do cooperativismo estão presentes e dando retorno e confirmação daquilo que os princípios universais  do cooperativismo determinam e que precisam ser praticados por todas as cooperativas.

Além dos números apresentados na assembleia da Ocesc, merecem destaques outras ações importantes enfocadas durante as exposições. A primeira veio de Brasília através da gerente geral da OCB, Tânia Zanella, que trouxe a mensagem do presidente Márcio Lopes de Freitas de que as lideranças cooperativistas procurem se envolver nas eleições políticas desse ano. Deixou claro que a OCB precisa contar com uma bancada no Congresso Nacional com políticos comprometidos com o setor, e será na base que se escolherá deputados e senadores que possam pensar e agir de modo cooperativo. Conclamou aos líderes cooperativistas catarinenses para que assumam candidatos que defendem o setor, independentemente  de partidos políticos, pois as decisões de Brasília passam pelos políticos.

O presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, foi mais econômico nessa área. Disse que a Organização não pode se envolver em política, mas que cada dirigente de cooperativa pode participar nos bastidores regionais.

Outra proposta apresentada na reunião foi do presidente do Sicoob SC/RS Rui Schneider da Silva. Recomendou à Ocesc a estimular a constituição de cooperativas de turismo em nosso Estado. Lembrou que dos 13 ramos do cooperativismo brasileiro, apenas o de turismo não existe em SC, e logo aqui que somos considerados um Estado turístico. Precisamos incentivar essa atividade através do cooperativismo, destacou o presidente do Sicoob.

Ainda na assembleia da Ocesc foi anunciado o retorno do encontro esportivo estadual intercooperativo, o tradicional FECOOP. O presidente da Cooper de Blumenau, Hercílio Schmidt, anunciou que em 2019 a cooperativa vai organizar o evento, com alguns ajustes para se tornar mais abrangente, não apenas esportivo, a fim de estimular a integração, a intercooperação e o inter-relacionamento de todos os ramos do cooperativismo catarinense.

Foram todos anúncios importantes nessa reunião da Ocesc que contou com a presença de mais de 100 cooperativas. Agora vamos esperar que nesse ano de 2018, os números continuem aumentando e  o que foi planejado se torne realidade. Pense nisso.