Entenda o papel desses animais na produção de suínos e como pode estar associado à proteção de leitões

O aumento da produtividade está diretamente relacionado a uma boa reprodução. “Vários fatores são fundamentais para garantir isso”, diz o médico veterinário Jovani Finco, Assistente Técnico de Suínos da Zoetis. “Detecção e estímulo do cio, qualidade do sêmen, técnicas de inseminação artificial, seleção e preparo de marrãs e matrizes, nutrição, genética, biosseguridade, manejo e instalações adequadas são alguns desses fatores”, completa Finco.

Na produção, as porcas ocupam um papel central – primeiro, porque estão diretamente relacionadas à produtividade e, segundo – e não menos importante –, porque esses animais são cruciais na disseminação ou no controle de doenças que podem acometer o plantel.

Muitas vezes assintomáticas, essas fêmeas atuam como disseminadores de agentes infecciosos e, por esse motivo, a imunização e aclimatação desses animais tem papel fundamental. Tanto para protegê-los contra doenças que possam afetar sua própria saúde como para proteger a leitegada por meio da imunidade passiva, que é a transferência de anticorpos para os leitões pelo colostro.

Dentre as principais doenças que podem prejudicar a gestação, estão a parvovirose suína, a erisipela e a leptospirose.

A parvovirose suína pode infectar embriões e fetos em diferentes estágios de evolução. Os sinais de falhas reprodutivas podem ser diversos, como aborto, reabsorção fetal, leitões fracos, malformados ou natimortos, mumificados, entre outros.

Já a erisipela é uma zoonose causada pelo agente bacteriano Erysipelothrix rhuseopathie, podendo ser um dos fatores infecciosos direto dos abortamentos, uma enfermidade hemorrágica que provoca lesões cutâneas, articulares, cardíacas e septicemia tanto em porcas em idade reprodutiva quanto em suínos na fase de crescimento, e lesões de células espermatogênicas em reprodutores. “A vacinação, nesse caso, garantirá proteção para a fêmea durante o período gestacional e, na fase pós-nascimento, para os leitões, que, ao mamarem o colostro, estarão protegidos”, explica o médico-veterinário.

Também transmitida por bactéria, a leptospirose causa natimortos e fetos mumificados, leitões fracos, que normalmente não sobrevivem, e abortos, que geralmente ocorrem no terço final da gestação. Os animais são infectados quando entram em contato com alimentos e/ou água contaminados, com urina e fetos abortados de animais portadores. A infecção pode ocorrer por via oral, via venérea, por intermédio da pele lesada, por via conjuntiva ou por meio das mucosas. Os roedores são uma frequente fonte de infecção para suínos e humanos, podendo excretar leptospiras vivas pela urina.

Além desses agentes que podem causar falhas reprodutivas nas fêmeas, há outros que podem acometer os leitões em seus primeiros dias de vida e, por isso, a imunização passiva garantirá à leitegada a proteção necessária.

Causada por bactérias, a rinite atrófica é uma doença infectocontagiosa do trato respiratório superior, de evolução progressiva e crônica, caracterizada por atrofia no focinho. Disseminada por todas as principais áreas de produção de suínos no Brasil, tem um grande impacto econômico, devido à redução no ganho de peso e na piora na conversão alimentar.

A imunização passiva também protege os leitões contra outro problema bastante comum, a diarreia neonatal. Comumente provocada pelas bactérias Escherichia coli e Clostridium perfringens, que agem na parte entérica dos animais, apresenta-se como um desafio na suinocultura e causa grandes prejuízos para o setor. Além da perda no ganho de peso, a doença pode levar à morte.

Fonte: Assessoria de Imprensa