As restrições comerciais, econômicas e científicas dos EUA à China e “difamações” contra sua soberania estão impactando a estabilidade e o desenvolvimento global, afirmou o principal diplomata do governo chinês em comentários publicados nesta segunda-feira 23/12.

Mesmo que as duas maiores economias do mundo tenham tomado medidas para aliviar a guerra comercial, os dois países permanecem distantes em uma série de questões, incluindo protestos contra o governo em Hong Kong, Síria, direitos humanos e o status de Taiwan reivindicado pelos chineses.

A China ficou particularmente decepcionada com as críticas de altas autoridades norte-americanas, incluindo o secretário de Estado Mike Pompeo, ao Partido Comunista no poder da China e ao tratamento dado pelo país à sua minoria uigure muçulmana.

Os Estados Unidos dizem que estão determinados a falar sobre os abusos dos direitos humanos na China, reequilibrar o que consideram uma relação comercial incompatível e impedir possíveis ameaças à segurança nacional com restrições a empresas chinesas como a gigante da tecnologia Huawei.

Em uma entrevista de final de ano à mídia estatal, Wang Yi disse que este ano, marcando 40 anos de vínculos entre a República Popular da China e os Estados Unidos, deveria ter sido um aniversário importante para ambos.

“O que os Estados Unidos fizeram minou a confiança mútua sino-americana acumulada nos últimos 40 anos e também impactou a estabilidade e o desenvolvimento de todo o mundo”, acrescentou, em trechos da entrevista publicada no site do Ministério das Relações Exteriores da China.

Wang disse que a China vai proteger seus principais interesses e seu direito ao desenvolvimento legítimo, e que nenhuma pessoa ou força pode tirar o povo chinês do caminho da modernização.

A China quer resolver os problemas que surgem com os EUA por meio do diálogo e com base no respeito mútuo, acrescentou.

(Reportagem de Ben Blanchard)

Fonte: Reuters