Alimentando matrizes lactantes : especialista aponta como entender e aproveitar o potencial da matriz
- 6 de março de 2012
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Perdas de desempenho e prejuízo irreversível são alguns dos resultados de uma má gestão ou manejo ruim da nutrição da fêmea em lactação alerta Stephane Clement. No dia a dia o desafio diário do produtor é assegurar uma dieta balanceada que consiga manter a matriz em boa condição física e fazer de tudo para maximizar o consumo de alimento durante todo o período de lactação, sob pena de comprometer todo o processo. Quem chama a atenção para o assunto é o palestrante Stephane Clement – JYGA Technologies, empresa canadense que desenvolveu um sistema de automação justamente para atender essa demanda nas propriedades. A palestra faz parte da programação do Workshop “Quebrando o Gelo” promovido pela Genetiporc com o apoio da Vetanco, MigPlus e Boehringer Ingelheim em Quebec-Canadá. O encontro reuniu cerca de 40 produtores, técnicos e representantes de cooperativas e agroindústrias dos estados do PR, MG, MS, SC e RS.
Clement assegura que mudar a maneira que você enxerga a nutrição das matrizes em aleitamento é a chave para encontrar o potencial genético da matriz. “O objetivo final é sempre de maximizar a produção de leite sem perda substancial da condição física, visando evitar prejuízo na reprodução subsequente”.
Segundo o palestrante as necessidades das matrizes e seus filhotes durante o aleitamento mudou muito. Hoje os leitões crescem mais rápidos, a taxa de conversão alimentar melhorou e as matrizes comem menos, os suínos são mais magros e isso exige um controle mais rígido desse balanço nutricional e oferta.
Stephan Clement alerta que “É preciso alimentar as matrizes tão cuidadosamente como uma pessoa e para isso desenvolvemos um sistema simples para ser usado por qualquer um, reduzindo os custos de mão-de-obra e aumentando o consumo diário das matrizes, e, ao mesmo tempo controlando o desperdício de ração”. O palestrante complementou ainda que o Gestal, sistema desenvolvido para granjas de suínos proprorciona uma comunicação em tempo real da matriz através do sensor, o que permite ao produtor alimentar individualmente cada matriz alcançando o potencial máximo de cada matriz em seu ritmo e sua capacidade, reduzindo o desperdício.
O que é um suíno perdido?
Usando o exemplo de uma propriedade em atividade Clement lançou um questionamento ” O que é um suíno perdido? Um suíno que morre numa baia ou aqueles suínos que nem chegam a nascer?”. Sobre o desafio de alimentar matrizes lactantes o palestrante afirmou que os resultados, ou retorno do investimento é convertido em ganho de peso dos filhotes, menor tempo no ciclo desmame-cio e aumento na taxa de parição. O que representa economia em ração de gestação, aumento no total de filhotes na próxima parição e aumento na vida útil da matriz.
Clement finaliza afirmando que os produtores e técnicos devem estar atentos para os principais desafios para o criador que são o de manter a condição física da matriz durante o aleitamento, o que permite a matriz desmamar um máximo de leitões no peso ótimo. “Uma linha moderna de matrizes tem sido selecionada para maiores parições e produzir mais leite. Com isso nas granjas aumentou do total de nascimento e o desmame de leitões maiores e mais pesados. Com o contínuo aumento no número de nascimento por parição e o aumento do aleitamento em 21 dias, a demanda por produção de leite deve continuar a aumentar para suprir a demanda de leitões mais pesados, sinal de atenção para a nutrição”.
O grupo de brasileiros que representam quase um milhão de matrizes participou do workshop e cumpriu uma agenda de visitas com programação técnica altamente qualificada . O projeto “Quebrando o Gelo” que ofere oportunidade de profissionais brasileiros conhecerem diferentes sistemas de produção conta com o apoio da Mig Plus, Vetanco, Boehringer Ingelheim e Suino.Com.
Durante a viagem os convidados tiveram a oportunidade de conhecer os padrões internacionais em gerenciamento da rede de multiplicação da Genetiporc e o resultado desses protocolos de saúde e genética tanto na granja quanto no frigorífico.
Eliana Panty
Assessoria de Comunicação e Eventos