“Em nenhum outro momento os sistemas enfrentaram tamanha variedade de ameaças “

A crescente frequência e gravidade dos desastres naturais, que vão desde grandes incêndios a invasões de gafanhotos, está colocando em risco os sistemas de produção de alimentos, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a ocorrência anual de eventos extremos triplicou desde a década de 1970 e “seu impacto econômico está aumentando continuamente”, disse a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em um relatório.

“Em nenhum outro momento da história os sistemas agroalimentares enfrentaram tamanha variedade de ameaças novas e sem precedentes, incluindo grandes incêndios, clima extremo, enxames extraordinariamente grandes de gafanhotos do deserto e ameaças biológicas emergentes como a pandemia COVID-19”, disse a FAO. “Esses perigos não apenas ceifam vidas, mas também devastam os meios de subsistência agrícolas e infligem consequências econômicas negativas em cascata que podem durar por gerações”, acrescentou.

Descrevendo a situação como a “nova normalidade”, o relatório da ONU disse que, desde 2000, os desastres tiveram “um salto drástico de frequência e continuaram a ocorrer em uma taxa consistentemente alta”. Como resultado, nos países pobres e em desenvolvimento, a produção agrícola perdida em 2008-18 chegou a US$ 108,5 bilhões, disse à AFP o diretor de emergências e reabilitação da FAO, Dominique Burgeon.

“Essas perdas econômicas podem devastar a vida e o sustento das pessoas”, disse Burgeon, observando que mais de dois bilhões de pessoas dependem da agricultura para seu sustento. “A comunidade internacional deve investir mais em medidas preventiva”, concluiu.

Fonte: Agrolink com adaptações Suino.com