A Rússia está em processo de construção de vários novos grandes projetos para a produção de suínos. Os investimentos continuam mesmo com a autossuficiência quase alcançada e, em alguns momentos, já existir excesso de oferta. A informação foi divulgada pelo site Pig Progress.

O valor investido atualmente nas fazendas produtoras de suínos em construção na Rússia é de cerca de US$ 3,3 bilhões para uma capacidade produtiva de aproximadamente 1 milhão de toneladas de carne suína (peso vivo). Essa estimativa foi compartilhada por Yuri Kovalev, presidente da União Russa de Produtores de Carne Suína (RUPP), ao jornal local Kommersant. Estima-se que todos esses projetos entrem em operação comercial até 2022.

Segundo Kovalev, certo grau de excedente de suínos já pode ser visto nos mercados em praticamente todas as regiões da Rússia. Em 2017, a taxa de autossuficiência da carne suína foi estimada em 95%. Além disso, ainda há algumas importações que atendem a uma pequena parcela da demanda doméstica.

Em 2017, a Rússia produziu 4,57 milhões de toneladas de carne suína (peso vivo), o que representa um aumento de 5% em relação ao ano anterior, estimou o Ministério da Agricultura da Rússia. Se todos os projetos de produção de suínos anunciados forem de fato lançados, a taxa de autossuficiência da Rússia em relação à carne suína poderá chegar a 115% até 2022 e o excedente de produção, como resultado, próximo a 700 mil toneladas.

Um exemplo da expansão é um plano recentemente anunciado pela holding Kopitaniya. Revelou planos para investir US$ 50 milhões em uma nova fazenda para 150 mil suínos. A nova unidade deve começar a operação comercial no início de 2019.

Os criadores de porcos russos esperam que a crise de excesso de oferta na indústria possa ser evitada por um aumento na demanda de carne nos mercados interno e externo. No primeiro trimestre de 2017, a indústria da Rússia exportou 22.400 toneladas de carne suína, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2016.

Uma grande questão é se o crescimento das exportações de carne suína pode ser sustentável, pois em 2017 a Rússia não conseguiu negociar a abertura de novos mercados para seus produtos. Como resultado, quase 85% das exportações de carne suína foram enviadas para o comércio tradicional, parceiros como a Ucrânia e a Bielorrússia.

A demanda doméstica poderá recuperar-se nos próximos anos, uma vez que esteve sob pressão entre 2014 e 2016. A crise econômica no país enfraqueceu o poder de compra dos consumidores russos. Como resultado, optaram por consumir menos carne suína e mais frango.

Leia a notícia completa

Redação Suino.com