Anuncio foi feito nesta segunda-feira. O Presidente argentino informou que a empresa de cereais, atualmente em convocação de credores, será operada por 60 dias para garantir a continuidade da empresa e a conservação dos 7000 empregos

O presidente da Argentina Alberto Fernández anunciou que assinou um decreto de necessidade e urgência que prevê a intervenção de 60 dias da empresa de cereais Vicentin. Ele também confirmou que o governo enviará ao Congresso um projeto de lei para desapropriar. “É uma decisão estratégica para a economia nacional”, disse o presidente, que garantiu que a empresa “estava a caminho da falência”.

O Presidente anunciou que todos os ativos do Grupo Vicentin farão parte de um grupo de confiança que será responsável pela YPF Agro. “Os argentinos precisam ser muito felizes porque estamos dando um passo em direção à soberania alimentar”, disse Fernández, falando de um mundo pós-pandemia que colocará a comida no centro da discussão.

Fernández observou que Vicentin é “um grupo de grande importância que já há algum tempo expressa uma enorme crise” e destacou que o plano é resgatar a empresa, proteger empregos e “que pequenos produtores possam continuar contando com uma empresa para vender o que produzem “. “Ter uma empresa testemunha no mercado de cereais é muito importante”, disse ele.

O chefe de estado indicou que a intervenção busca “tirar proveito da capacidade de gestão da YPF” e acrescentou que, se surgirem evidências de fraude do Estado durante a administração anterior, as denúncias pertinentes serão feitas perante a Justiça. “Esta não é uma empresa próspera que criamos para expropriar. É uma empresa que estava em falência preventiva”, esclareceu.

O que isso representa para o Brasil?

Com a estatização, a Argentina deverá liderar a produção de soja na América do Sul em pouco tempo, e vendendo para a China, que era o nosso principal parceiro comercial, mas deixou de ser, conforme relatado nesta segunda-feira.

A tendência será o Brasil passar a ter excedente de produção, sendo obrigado a vender com preço mais baixo no mercado internacional.

Fonte: Painel Político / Página12