suino samara

Eric Wood, coordenador de marketing na Agroceres Multimix

Para quem não sabe, a Bolívia vem trabalhando na evolução da suinocultura do país através de grandes investimentos tecnológicos. Embora ainda não tenham destaque mundial, seja em produção ou em consumo da carne suína, a atividade tem alcançado números cada vez mais expressivos em produção.

No passado, o Brasil também teve que enfrentar barreiras ao incorporar o consumo da carne suína à cultura do país, trabalhando fortemente na qualidade do produto final.

Assim como nós, nossos ‘hermanos’ vêm se desenvolvendo a longos passos, inovando na forma de produzir com conhecimento e segurança.

Boa parte dessa evolução se dá pela Cedrovet, empresa líder de mercado na Bolívia, fornecedora de produtos e insumos para nutrição animal, que segue os preceitos da Agroceres Multimix em oferecer aos seus clientes um acompanhamento técnico especializado, potencializando os sistemas de produção, cada um a sua própria realidade.

À frente da empresa está Álvaro Sanchez, gerente geral da Cedrovet SRL, que aposta no desenvolvimento da atividade no país. “A suinocultura na Bolívia está em processo de crescimento, tecnificação e modernização. O setor ainda tem muitos aspectos a serem desenvolvidos em termos de tecnologia, qualidade da carne, peso de abate e escala de produção. Os cenários políticos do próximo ano estabelecerão a velocidade com que os investimentos serão feitos para manter o crescimento. De qualquer forma, estamos muito otimistas em relação ao futuro do setor”, explica.

O consumo da carne suína no país também tem sido amplamente promovido pelas autoridades do setor, que têm a missão de tornar os custos mais atrativos e difundir as diversas possibilidades que os cortes suínos oferecem à culinária local.

Para entender um pouco mais sobre a suinocultura da Bolívia, entrevistamos o presidente da Adepor (Associação Departamental de Produtores de Suínos), Javier Urenda. Confira:

1 – Como a suinocultura brasileira pode influenciar a suinocultura boliviana?

– A influência é direta. A contar com as mesmas qualidades genéticas disponíveis, o desenvolvimento da suinocultura boliviana está em ascensão. O apoio técnico que conseguimos do Brasil e as estratégias regionais em direção ao atlântico podem abrir novas expectativas de negócio e desenvolver ainda mais a produção. Creio que não é ilógico pensar em trabalhar conjuntamente como países, deixando ao setor privado o desenvolvimento do negócio, e que os Estados se encarreguem da sanidade e dos protocolos para deixar as regras claras.

2 – Recentemente, o senhor prestigiou o Seminário Internacional da Agroceres PIC, aqui no Brasil. Qual a importância desse evento para o desenvolvimento da suinocultura boliviana?

– Para nós, é de muita importância participar de um evento de tal magnitude, sobretudo, levando em conta a participação da suinocultura do Brasil para o mundo. Conhecer as experiências e ações tomadas pelos suinocultores brasileiros nos dá muitas diretrizes daquilo que devemos seguir para avançar o desenvolvimento da produção boliviana, tanto no mercado interno como também para projetar, a médio e longo prazo, uma visão dos mercados exteriores, levando nossos produtos com as melhores condições de competitividade.

Devemos tirar proveito das visões existentes no mundo a respeito da demanda de alimentos, e por que não pensar em trabalhar conjuntamente entre produtores de suínos bolivianos e brasileiros, para ofertar maiores volumes de carne aos países compradores, cuidando de todos os aspectos referente: à qualidade, quantidade e sanidade, que são os fundamentos para o desenvolvimento dos mercados?

3 – Como a Agroceres Multimix e Cedrovet podem contribuir nesse processo?

– O apoio será fundamental! Não só no fornecimento de genética, equipamento e nutrição, mas também a proximidade das instituições para compartilhar as experiências, podendo falar das possibilidades de mercado e negócios no futuro. Creio que são componentes bastante importantes para a suinocultura boliviana.

Conseguir treinamento para o desenvolvimento dos técnicos especializados em produção e mercados também contribuirá muito para o desenvolvimento macro da Bolívia, que através da Adepor, poderá se desenvolver em médio ou longo prazo, sendo assim uma alternativa importante de oferta de carne suína para muitos outros países.

4 – Quais ações estão preparadas ou realizadas pela Adepor no objetivo de promover o consumo da carne suína na Bolívia?

– Há mais de 5 anos a Adepor vem desenvolvendo uma campanha de incentivo ao consumo da carne suína, através de entrevistas, campanhas de rádio e televisão e, supostamente, alcançando nutricionistas e, agora, endocrinologistas, para que eles possam conhecer as virtudes da carne e tirar os “tabus” que as pessoas têm a respeito do suíno. No entanto, acreditamos que ainda estamos “engatinhando” e falta muito caminho a percorrer.

Quando o objetivo é o desenvolvimento, a troca de experiências e os investimentos em tecnologia fazem toda a diferença. Assim como a atual suinocultura brasileira, acreditamos fielmente que a Bolívia poderá se tornar polo de produção e comercialização da carne mais consumida no mundo.