O início do enchimento de grãos, na cultura da soja, ocorre no estádio R5 – que se caracteriza pela presença de uma vagem com pelo menos um grão de 3 mm de comprimento, em um dos quatro nós superiores da haste principal da planta, com folha completamente desenvolvida – e perdura até R6, estádio de granação plena.

No início de R5, o desenvolvimento reprodutivo apresenta alguns eventos ocorrendo simultaneamente, como flores se abrindo, vagens em formação e vagens contendo grãos. Entre os estádios R5 e R6, a planta atinge sua máxima altura e crescimento vegetativo. A taxa de FBN atinge o auge e depois declina rapidamente e os grãos iniciam um período de rápido acúmulo de matéria seca e nutrientes, que são translocados dos órgãos de reserva, como folhas, hastes e ramos.

Portanto, nessa fase do ciclo da soja, alguns componentes de produtividade estão sendo definidos, como por exemplo, o número de grãos por área, uma vez que ainda pode-se ocorrer abortamento de estruturas, e o PMG, que é uma característica determinada geneticamente, mas é constantemente influenciada pelas condições ambientais e de manejo.

O estádio de enchimento de grãos é um dos mais sensíveis em relação à déficit hídrico. Segundo a Embrapa, no período entre o florescimento (R1) e o completo enchimento de grãos (R6), que dura de 30 a 60 dias, dependendo da variedade, a necessidade de água diária das plantas de soja é de 7 a 8 mm/dia.

Déficits hídricos expressivos nesse período provocam alterações fisiológicas na planta, como o fechamento estomático e o enrolamento de folhas e, como consequência, causam a queda prematura de estruturas reprodutivas, resultando, por fim, em redução do rendimento de grãos. Outro sintoma que pode ocorrer é o chochamento de grãos, onde estes até são formados nas vagens, mas, devido à falta de água, não recebem suprimentos necessários para seu enchimento.

Além do estresse hídrico, problemas causados por falta ou excesso de luz, temperatura, deficiências nutricionais, doenças e acamamento, ocorrendo entre R4 a R6, são muito mais prejudiciais a? produção do que a ocorrência dos mesmos em qualquer outro estádio de desenvolvimento. Isso ocorre, pois, a planta não apresenta mais tempo hábil para compensar algum dano.

Dessa forma, para garantir um bom período de enchimento de grãos, é preciso fazer um manejo sanitário adequado durante todo o desenvolvimento da lavoura, atentando-se ao controle de plantas daninhas, às DFC’s e demais doenças e pragas. Também é essencial que se tenha um manejo nutricional equilibrado, inclusive no período em questão, onde a disponibilização de alguns nutrientes contribui significativamente para melhorar o processo de produção e translocação dos fotoassimilados, além de apresentar grande importância no metabolismo de defesa das plantas em situações de estresse. O fornecimento de alguns aminoácidos e substâncias osmorreguladoras vão contribuir no aspecto fisiológico, aumentando a eficiência do enchimento de grãos.

Dentre os nutrientes fundamentais nesse estádio de desenvolvimento, estão o Nitrogênio, Potássio, Boro e Magnésio.

Como dito anteriormente, a FBN tem seu auge e começa a declinar rapidamente em R5 e R6, portanto, o fornecimento via foliar de Nitrogênio vai contribuir com o suprimento necessário para a planta, uma vez que é um nutriente fundamental na composição de proteínas.

O Potássio, além de participar do controle de abertura e fechamento estomático, influenciando, portanto, na fotossíntese, é responsável pelo fornecimento de ATP para a translocação de fotoassimilados, uma vez que esse processo demanda energia.

O Boro participa diretamente do transporte de açúcares, eliminando caloses que obstruem o floema, além de apresentar função estrutural (parede celular). Portanto, é essencial no processo de enchimento de grãos. Este nutriente também apresenta função de amenizar os estresses, pois seu fornecimento adequado reduz a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO’s), que causam danos às plantas.

Magnésio, por sua vez, é componente da molécula de clorofila, sendo indispensável para a fotossíntese. Além disso, é essencial para minimizar os efeitos adversos dos estresses, causados por ERO’s formadas em situações adversas e, ainda, tem participação direta no carregamento do floema e translocação dos fotoassimilados.

Sobre a Fast Agro Fisiologia e Nutrição
Fundada em 2009, a Fast Agro é uma empresa focada no desenvolvimento de soluções para a fisiologia das plantas. Com 26 produtos em seu portfólio, a empresa agrega valor na cadeia de produção das culturas de soja, algodão, feijão e milho no cerrado do Brasil, Argentina e Paraguai.

Por Rafael Catojo, Supervisor Técnico de Desenvolvimento de Mercado da região MATOPIBA da Fast Agro, empresa focada no desenvolvimento de soluções para a fisiologia das plantas. Com 26 produtos em seu portfólio, a empresa agrega valor na cadeia de produção das culturas de soja, algodão, feijão e milho no cerrado do Brasil, Argentina e Paraguai.

Fonte: Assessoria de Imprensa Fast Agro