Por José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

O Brasil está encerrando o quarto – e, esperamos, o último – ano de um ciclo de crise que eclodiu em 2015 e vergastou praticamente todos os setores da economia. Havia uma forte expectativa que 2018 experimentaria uma lenta e gradual retomada do crescimento, mas isso não se confirmou e o ano se encerra repleto de dificuldades. Locomotivas do desenvolvimento, o agronegócio em geral e a agroindústria em particular suportaram mais uma fase de dificuldades.

De um lado, a elevação dos custos dos insumos e de praticamente todos os fatores de produção reduziu ou anulou as margens de resultados. De outro lado, o desemprego e a queda na renda da população mantiveram baixos os níveis de consumo e impediram um bom desempenho da economia. Acreditamos, contudo, que esse quadro melhora exponencialmente em 2019.

O otimismo está relacionado, obviamente, à eleição do novo presidente e sua moderna, corajosa e urgente agenda de reformas para colocar o País nos trilhos.

Esse é o fenômeno extraordinário da Democracia: cada nova eleição é sempre uma possibilidade de evolução, mudanças, transformações e crescimento. Os compromissos assumidos pelo novo presidente e as diretrizes do plano econômico da nova Administração Federal já estão restituindo a confiança dos investidores e demais agentes econômicos. Surgem sinais animadores e manifestações de interesse por grandes investimentos privados e públicos, que impactarão na redução acentuada do desemprego e na consequente volta do consumo.

Um clima de cooperação e boa vontade se instala entre os setores produtivos e a nova Administração. O agronegócio está pronto para colaborar com o governo eleito, contribuindo para o Brasil entrar em uma rota de crescimento sustentado, capaz de gerar emprego e renda para sua população. Mas é preciso ter clareza da dimensão dos desafios que aguardam os novos gestores. Na busca desse objetivo, será imperiosa e fundamental a aprovação das reformas.

Fundamental será a aprovação de um projeto de reforma da Previdência com a maior urgência possível. Quanto mais o tempo passa, mais se agrava o buraco negro do déficit previdenciário. Igualmente essencial será criar condições de diálogo e entendimento para viabilizar a reforma tributária, o ajuste fiscal, a queda de juros, a redução da burocracia e a melhoria do ambiente de negócios para estimular novos investimentos.

Os excessos da campanha eleitoral – a maioria deles ditados pelas paixões ideológicas – devem ficar no passado para dar lugar a uma fase de subordinação dos interesses pessoais e partidários aos superiores interesses da Nação. Detentor de capital político lastreado em mais de 57 milhões de votos, o presidente Jair Bolsonaro tem independência para organizar a administração federal como julgar mais eficiente e, também, tem autoridade para propor todas as reformas necessárias para enfrentar os desafios dos novos tempos.