Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Já é de domínio público que a união faz a força e que juntos somos mais fortes. Por diversas vezes já abordamos esse tema nesse espaço, sempre com a intenção de alertar que precisamos nos unir no setor cooperativista e no agropecuário, para que possamos alcançar nossos objetivos com melhores resultados para todos. Também já lembramos diversas vezes que na esfera política não temos galgado sucesso e até perdido posições importantes pela falta de união do setor.

Em SC temos exemplos recentes e concretos, onde perdemos espaços na esfera legislativa estadual e, principalmente, federal, devido a desunião. Pregamos a união para nossos associados e não praticamos integralmente entre nós nas lideranças. Nas eleições políticas têm prevalecido os interesses partidários e ou regionais em detrimento dos setoriais. O resultado é que ficamos de fora, e os outros segmentos organizados avançando.

No que diz respeito as reivindicações institucionais e do nosso segmento a situação não é diferente. Cada entidade ou organização procura apresentar seus pleitos individualmente por egoísmo ou por ingenuidade e isso acaba fragilizando as forças, quando não são contraditórias em nossos interesses. O agronegócio catarinense e brasileiro é forte, mas não é unido o suficiente para influenciar nas decisões políticas ou governamentais. Ainda temos frentes atuando em separado.

Em recente reunião realizada em SP, que contou com a participação de lideranças do setor do agro, inclusive da Fecoagro, foi discutida uma forma de mostrarmos nossa força e nossa importância no contexto socioeconômico no país.

Ouvimos dizer com frequência que o agronegócio e o cooperativismo são a locomotiva das demais atividades econômicas no país, mas quase nunca consegue influenciar diretamente nas reivindicações, tendo que pegar carona em outros setores ou políticos.

O grupo de lideranças que se reuniu em SP quer mudar esse conceito. Pretende formar uma entidade ou instituição que reúna todos os órgãos ligados ao agro e assim unifique os discursos, os dados e as reivindicações do setor. Precisamos mostrar especialmente ao setor urbano e aos governantes o que somos e o que representamos nesse país. Mas não de forma fragmentada onde entidades atuam isoladamente e as vezes até contraditórias nas pretensões, apenas para agradar o ego de algum dirigente.

Está claro que isso existe e que precisamos mudar o comportamento e procedimentos. Esquecer o individualismo e tratar do coletivo. Não importa a forma jurídica da instituição nem o nome ou se é formal ou informal. O que importa é que falemos a mesma linguagem e divulguemos dados reais e científicos. Façamos as reivindicações em conjunto. Não precisamos tanto falar para nós mesmos, isto é, para os integrantes do setor, e sim para a população urbana e para os políticos e governantes.  Isso vale também na esfera internacional. Assim poderemos ser reconhecidos pela importância que temos. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro