A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alerta que 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos poderão morrer nos próximos dias devido à falta de ração no campo. O acordo consolidado na quinta-feira, 24, entre Governo Federal e caminhoneiros ainda não surtiu efeito nas estradas. Caminhões com carga viva não são autorizados a transitar. A situação mais grave está no trânsito de ração, que está sendo impedido.

Em diversos locais já há falta de insumos e animais estão sem alimentação. Aqueles que ainda contam com estoques, estão fracionando para prolongar ao máximo a oferta do alimento.
A mortandade de animais é iminente e há risco de canibalização. Os reflexos sociais, ambientais e econômicos são imponderáveis.

Nesta sexta-feira (25/05), a ABPA registrou 152 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas. Mais de 220 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. “A situação setorial é caótica”, informou. Empresas poderão fechar devido aos prejuízos causados pela paralisação. Uma intervenção rápida e forte por parte do governo é urgente para evitar a mortandade de milhões de animais.

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) também divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (24/05), onde diz entender a legitimidade da paralisação dos caminhoneiros autônomos devido aos aumentos abusivos do valor de combustível e da carga tributária para o diesel, pois é preciso condições justas para trabalhar e produzir. Mas reforça que a cadeia de suínos já passa por um ano econômico difícil e não pode corroborar com a falta de insumos e a retenção do transporte de animais, que coloca em risco o bem-estar dos mesmos e afeta diretamente a atividade de mais de 20 mil produtores, impactando cerca de 126 mil empregos diretos e 1 milhão indiretos.
A ABCS, portanto, apela ao movimento dos caminhoneiros pela busca legítima de seus direitos, “preservando também o de milhares de produtores rurais que, com responsabilidade e segurança, colocam alimento na mesa dos brasileiros”.

Fonte: ABPA e ABCS