Fabio Luiz Rocha – Crosara Consultoria

O que leva os profissionais desviarem de seus caminhos, comprometendo trajetórias de crescimento e de sucesso profissional?

É fato que nossos comportamentos e a forma como lidamos com as pessoas impactam diretamente, de forma positiva ou negativa, nos resultados que obtemos.

Em uma pesquisa realizada pelo professor Carter Cast, da Kellogg School of Management, foram identificadas cinco questões comportamentais que mais tendem impactar nossa trajetória profissional. São elas:

 

  1. Problemas Interpessoais

Se considerarmos por ordem de importância, essas são as principais características comportamentais negativas mais comuns de problemas interpessoais:

  1. Atitude defensiva
  2. Falta de compostura em situação de estresse
  3. Falta de sensibilidade com o sentimento alheio
  4. Ambição em excesso
  5. Arrogância

Na categoria das questões obscuras de comportamento, são listadas 11 características negativas que costumam estar ligadas às lideranças, comprometendo suas ações:

  1. Arrogância,
  2. Propensão ao melodrama
  3. Volatilidade
  4. Excesso de cautela
  5. Desconfiança crônica
  6. Indiferença
  7. Indisciplina
  8. Excentricidade
  9. Resistência passiva
  10. Perfeccionismo
  11. Ânsia em agradar

 

  1. Baixo nível de entrega

A pouca entrega de resultados acaba interferindo na credibilidade do profissional e pode estar ligada especialmente a cinco fatores:

  1. Falta de planejamento e organização
  2. Dificuldade de estabelecer prioridades, entre o que é realmente importante para a empresa e atividades corriqueiras que geram poucos resultados
  3. Dificuldade em dizer “não”, o que acaba sobrecarregando o trabalho
  4. Falta de compreensão dos processos internos e os fluxos de trabalho
  5. Complexo de superioridade, que afeta pessoas muito criativas e que se envolvem mais com as etapas conceituais do que propriamente com a execução

 

  1. Não se adaptar à mudança

Muitas lideranças perderam-se em suas carreiras pela incapacidade de se adaptarem às mudanças. Vale ressaltar que estamos vivenciando a chamada Era Ágil, onde as transformações no ambiente profissional são cada vez mais rápidas e afetam profundamente o ambiente de trabalho.

Três fatores principais refletem à dificuldade para adaptação à mudança:

  1. Ser promovido sem as capacidades necessárias ou sem o tempo para compreender os requisitos da nova função. Muitas pessoas também têm dificuldade de entender e aceitar mudanças fundamentais no cenário organizacional
  2. Dependência excessiva em relação a um chefe ou a uma figura protetora. Quando perdem essas referências, as pessoas têm dificuldade de se adaptar a uma nova rotina de trabalho ou um novo estilo de gestão
  3. Algumas pessoas também mostram dificuldade para buscar orientação ou aceitar o direcionamento recebido

Além disso, pode-se considerar como elementos que demonstram tal resistência, o medo da mudança, interesses muito restritos, falta de curiosidade e resistência ao novo.

 

  1. Falta de visão estratégica

Neste quesito, podem ser considerados os seguintes componentes essenciais:

  1. Depender excessivamente de uma habilidade. Ou seja, desconsiderar a necessidade de adquirir novas competências, ficando restrito à expertise em certas áreas
  2. Se abster da necessidade de “ser” realmente estratégico e se organizar na carreira. Ser técnico demais nas abordagens, preocupar-se com os pormenores dos projetos e desconsiderar que outras partes e setores da organização são interdependentes e se encaixam
  3. Não se preocupar com as capacitações necessárias para o cargo que ocupa. Isso pode ocorrer por diversas razões, como achar que é muito tarde para adquirir novas competências ou, no outro extremo, ainda ser muito inexperiente

 

  1. Dificuldade para construir e liderar equipes

Aqui são considerados os seguintes entraves que ameaçam a carreira de liderança:

  1. Excesso de gestão. Líderes centralizadores não conseguem empoderar suas equipes, que perdem sua autonomia e o desejo de tomar iniciativas
  2. Falta de liderança. O gestor não consegue se comunicar de forma adequada, passando o contexto estratégico das tarefas desordenadamente, deixando a equipe descolada do movimento da organização
  3. Falta de gestão de equipe. Gerenciar de verdade uma equipe inclui fazer a gestão do contexto onde ela atua, considerando:
    • Monitorar o ambiente competitivo e realizar os ajustes conforme as avaliações vão sendo feitas
    • Garantir os recursos que a equipe precisa para o bom desempenho de suas funções
    • Assegurar o alinhamento estratégico com as demais áreas da organização
    • Garantir que os objetivos sejam claros e contem com indicadores de desempenho para o devido acompanhamento e cumprimento das metas.

 Para mais informações sobre este ou outros temas ligados à gestão de negócios e equipes, entre em contato: fabio.rocha@crosaraconsultoria.com

Fonte consultada: Coluna Direto ao Ponto, Revista HSM Management, edição 131 (nov/dez de 2018).