A chegada de imigrantes no Brasil tem se intensificado nos últimos anos. Santa Catarina, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2017, última divulgada pelo Ministério do Trabalho, é o segundo Estado com mais estrangeiros atuando no mercado formal do País. São cerca de 14.300 pessoas de outros países que trabalham com carteira assinada em território catarinense. A Cooperativa Central Aurora Alimentos está entre as empresas que contam com a mão de obra de imigrantes em quase todas as suas unidades: ao todo são 1.983 no quadro funcional da Aurora, em sua maioria formada por haitianos.

O processo de contratação nesses casos gera algumas dúvidas, principalmente com relação à documentação. Para orientar os profissionais que atuam no setor de Gestão de Pessoas a Aurora Alimentos promoveu, nessa semana, um treinamento com o responsável pelo Núcleo de Imigração da Polícia Federal de Chapecó, Alcione Vergil.

A intenção, segundo o gerente de gestão de pessoas Nelson Paulo Rossi, foi esclarecer dúvidas e orientar sobre a documentação exigida para a regularização dos imigrantes, além de estreitar o relacionamento entre a Polícia Federal e a Aurora Alimentos. “Tivemos nos últimos anos um crescimento no número de contratações de estrangeiros e muitos se destacam em suas funções. Para nós é motivo de orgulho”.

O treinamento faz parte de um projeto-piloto da Polícia Federal que objetiva esclarecer dúvidas e apresentar aos profissionais de gestão de pessoas os documentos utilizados pelos estrangeiros, inclusive os que necessitam de renovação. “Existe todo um protocolo que deve ser seguido de acordo com cada nacionalidade e como a Aurora Alimentos recebe em seu quadro funcional profissionais de diferentes países é importante que esteja por dentro do que exige a lei”, explicou Alcione.

Segundo ele, a maioria dos imigrantes, principalmente os haitianos, chega ao Brasil de forma ilegal através das fronteiras. Dessa forma, precisam solicitar o refúgio na Polícia Federal munidos de certidão de nascimento original, passaporte e comprovante de residência, além de preencher um formulário de solicitação. A partir disso, passa a ser refugiado e conta com os direitos básicos que todo o brasileiro tem, entre eles o de trabalhar”.

Alcione destacou que é importante que os profissionais de recursos humanos das empresas que contratam imigrantes estejam munidos de todas as informações necessárias para orientá-los em casos de familiares que desejem vir para o Brasil para que venham de forma legal. “Isso sem dúvidas reduz muito a burocracia após a chegada no Brasil e o imigrante pode viver e trabalhar tranquilamente sem maiores problemas”, orientou.

O treinamento também visou contribuir com a redução do número de faltas desses estrangeiros ao trabalho, uma vez que muitos deles se deslocam até a Polícia Federal para regularizar a sua situação e deixam um déficit na mão de obra da empresa. “Em muitos dos casos não é necessário o deslocamento até a Delegacia, alguns procedimentos podem ser feitos via internet ou por meio da empresa. Isso reduz o número de faltas desnecessárias e diminui o fluxo de pessoas na delegacia, otimizando assim os procedimentos necessários e oferecendo maior comodidade, segurança e agilidade para a empresa, para o imigrante e para a Polícia Federal”, esclareceu Alcione.

Somente em Chapecó vivem cerca de seis mil imigrantes de diferentes nacionalidades, a maioria, aproximadamente 4,5 mil, somente de haitianos. “O Brasil é um destino muito procurado pelos estrangeiros, principalmente pela oferta de emprego. Trabalho é dignidade e é isso que a Aurora Alimentos e tantas outras empresas, em grande maioria do setor de alimentos, têm oportunizado a eles. Nosso papel é contribuir com esse processo”.

MB Comunicação Empresarial/Organizacional