A Bayer disse que a crise econômica causada pelo coronavírus e a necessidade de preservar caixa farão com que a companhia adote posição mais dura na negociação de acordos para encerrar disputas relacionadas a acusações de que seu pesticida baseado em glifosato causa câncer, mesmo em meio a uma elevação dos lucros.

A pandemia já reduziu significativamente a velocidade do andamento dos processos de mediação, disse a empresa alemã de medicamentos e agroquímicos em comunicado nesta segunda-feira.

“A companhia irá considerar um acordo apenas se for financeiramente razoável e estabelecer um mecanismo para resolver potenciais queixas futuras de maneira eficiente”, disse o presidente-executivo da empresa, Werner Baumann.

“Isso aplica-se agora mais do que nunca”, acrescentou ele, citando uma possível recessão iminente e consideráveis desafios de liquidez como resultado da epidemia do vírus.

O número de ações nos Estados Unidos que acusam pesticidas baseados em glifosato por casos de câncer subiu para 52,5 mil, contra 48,6 mil em fevereiro, segundo a companhia.

A Bayer nega que seu produto Roundup ou seu ingrediente ativo, o glifosato, causem câncer, e afirma que décadas de estudos independentes teriam mostrado que ele é seguro para uso humano.

A empresa disse que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no primeiro trimestre subiu 10,2%, para 4,39 bilhões de euros, acima das expectativas de analistas, de em média 4,17 bilhões de euros, segundo dados da Refinitiv.

O resultado foi impulsionado por crescimento de 14% nos ganhos da divisão de agricultura devido às maiores vendas de agroquímicos e sementes de milho.

A Bayer, que realizará sua assembleia anual de acionistas em formato online na terça-feira, também alertou que ainda não foi capaz de avaliar o impacto da pandemia de coronavírus sobre seus resultados neste ano.

Fonte: Reuters