O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou os vencedores do Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais. Os quinze projetos selecionados estão distribuídos pelas cinco regiões do País. Os cinco primeiros colocados receberão o valor de R$ 70 mil e os outros dez melhores classificados receberão R$ 50 mil.

Os recursos da premiação são do Fundo Social do BNDES, que direciona recursos não reembolsáveis para a geração de trabalho e renda e inclusão socioprodutiva de comunidades tradicionais e agricultores familiares. Os contemplados pelo prêmio receberão também uma capacitação sobre as políticas públicas nacionais e internacionais relacionadas ao tema, especialmente as políticas patrimoniais do Iphan (Patrimônio Imaterial) e da FAO, instituições parceiras da iniciativa juntamente com a Embrapa.

Os cinco primeiros projetos classificados foram, nessa ordem: “Protagonismo das Mulheres de Fibra do Médio Mearim”, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (Amtr), em Lago do Junco/MA; “A Autodemarcação e Gestão do Território Tradicional dos Vazanteiros de Pau Preto”, da Associação dos Produtores Rurais de Vereda, em Matias Cardoso/MG; “Feira de Troca De Sementes e Mudas das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira”, da Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro, em Eldorado/SP; “Feira da Mandioca de Imbituba”, da Associação Comunitária Rural de Imbituba (Acordi), em Imbituba/SC; e “Recaatingamento”, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), em vários municípios da Bahia.

Confira a lista completa dos premiados.

GIAHS

O Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais visa reconhecer boas práticas ligadas aos sistemas agrícolas de povos e comunidades tradicionais que contribuem para a sustentabilidade ambiental e para a sobrevivência social e econômica dos grupos que delas se utilizam e cuja manutenção está vinculada aos saberes ancestrais dessas populações.

A iniciativa vai gerar subsídios para a implantação, no Brasil, do Programa Globally Important Agricultural Heritage Systems (Giahs), da FAO (em tradução livre, Sistemas Agrícolas Tradicionais de Relevância Global). Os Giahs promovem a abordagem integrada que combina a agricultura sustentável e o desenvolvimento rural, com a salvaguarda dos bens sociais, culturais, econômicos e ambientais, tendo por foco a geração de renda, a valorização dos conhecimentos tradicionais e a sucessão geracional no campo.

O título Giahs já foi concedido a 50 Sistemas Agrícolas Tradicionais nos seguintes países: Argélia, Bangladesh, Chile, China, Coreia do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Índia, Irã, Japão, Quênia, México, Marrocos, Peru, Filipinas, Portugal, Sri Lanka, Tanzânia e Tunísia.

O Brasil, apesar da riqueza socioambiental e da diversidade e engenhosidade dos sistemas agrícolas, assim como do enorme valor dos conhecimentos tradicionais associados a essas práticas, ainda não possui um Giahs reconhecido pela FAO.

Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes)