Coronavírus deve alterar logística chinesa assim como foi com peste suína e favorecer exportações

Com impacto sobre diversos outros setores, o que aumenta a sua representatividade, a agropecuária cresceu 1,3% em 2019, segundo dados divulgados pelo IBGE. Os destaques foram as lavouras como milho, que registraram crescimento de 23,6%. Neste ano, a produção brasileira de milho está estimada em 104,1 milhões de toneladas, uma pequena queda em relação ao ano passado (107,4 milhões de toneladas). O clima é um fator preocupante para os produtores brasileiros.

Mesmo com a estimativa de recuo e com a variável preocupante do clima, “a perspectiva é positiva para a safra de grãos que será colhida ainda neste primeiro semestre no Brasil”, diz Ernani Carvalho, coordenador do núcleo de agronegócio da ESPM Porto Alegre. “Mesmo se houver uma certa perda por conta da estiagem no Rio Grande do Sul, isso não deve afetar tanto o resultado da produção nacional e ela pode ser compensada pelo aumento de preços, em especial do milho.”

Carvalho também está otimista com relação à produção de proteínas animais, mesmo com a crise gerada pelo coronavírus. Ele lembra que o advento da peste suína africana iniciado em 2018 causou grande perda no rebanho suíno chinês, o que gerou uma oportunidade de aumento de exportação para os produtores brasileiros. “O COVID-19 prejudica a logística na China. Mas, para um país produtor como o Brasil, a tendência é positiva a médio prazo para as carnes. Na produção de grãos, a atenção está voltada para o fator climático nos resultados da segunda safra”, afirma Carvalho.

Fonte: ESPM