Com a colheita na parte final e apesar dos atrasos nos trabalhos por conta do excesso de chuvas, o Brasil deve encerrar a temporada com safra recorde de soja.

A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá totalizar 134,09 milhões de toneladas, com elevação de 5,4% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 127,178 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por SAFRAS & Mercado. No dia 29 de janeiro, data do relatório anterior, a projeção era de 133,104 milhões de toneladas.

Com a colheita se encaminhando para o final, SAFRAS indica aumento de 3,3% na área, estimada em 38,65 milhões de hectares. Em 2019/20, o plantio ocupou 37,43 milhões de hectares. O levantamento indica que a produtividade média deverá passar de 3.415 quilos por hectare para 3.487 quilos.

“O avanço da colheita vem revelando o verdadeiro potencial da produção brasileira. Apesar de haver problemas em algumas microrregiões estaduais, há também registros de grandes produtividades em outras, o que acaba por compensar possíveis perdas em nível nacional”, explica o analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roque.

Segundo ele, mesmo os estados do Mato Grosso, Goiás e Tocantins, que registraram excesso de umidade em determinados momentos da colheita, registram produtividades médias satisfatórias. O destaque positivo fica com o estado do Rio Grande do Sul, que mesmo em um ano de La Niña, que historicamente traz problemas ao estado, está conseguindo consolidar uma grande produção, recuperando-se das perdas sofridas na safra 2019/20.

“O clima favorável ao desenvolvimento da maior parte das lavouras brasileiras registrado a partir do início de 2021 foi fator fundamental para a consolidação de mais uma produção recorde no Brasil”, completa o analista.

Mercado

A semana foi marcada por alta nos preços domésticos e melhora, ainda que tímida, no ritmo dos negócios. O produtor segue priorizando a colheita, em meio ao excesso de precipitações em algumas regiões do país.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu para R$ 167,00. No porto de Rio Grande, o preço aumentou para R$ 173,00. Em Cascavel, no Paraná, o preço avançou para R$ 161,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca subiu para R$ 171,00.

Em Rondonópolis (MT), a saca subiu para R$ 162,50. Em Dourados (MS), a cotação ficou em R$ 152,00. Em Rio Verde (GO), a saca estabilizou em R$ 156,00.

Apesar de ter atingido níveis próximos aos melhores desde 2014 ao longo da última semana, a posição maio acumulou queda de 0,14% até a quinta-feira (25) na Bolsa de Mercadorias de Chicago. O principal fator de sustentação dos preços domésticos foi o câmbio. O dólar comercial subiu 3,4% na última semana, encerrando a quinta, 25, a R$ 5,67.

Fonte: Safras com adaptações Suino.com