O Brasil deverá exportar em janeiro mais milho que soja pela primeira vez em um ano, embora as vendas da oleaginosa ainda se mantenham em patamares elevados, podendo fechar o mês com volume recorde para o período, conforme dados do governo e de agendamento de navios.

A exportação de milho no Brasil geralmente tem maior protagonismo no segundo semestre de cada ano, dada a colheita da “safrinha” e a entressafra de soja. Em 2017, por exemplo, o cereal “vence” a oleaginosa de setembro até dezembro.

Mas, ao longo de 2018, os exportadores impulsionaram as vendas de soja na esteira de uma colheita recorde e um forte apetite da China diante da guerra comercial com os Estados Unidos. Além disso, a safra de milho do Brasil quebrou, reduzindo a oferta do cereal.

A inversão de janeiro, contudo, tende a ser revertida já no próximo mês, já que os trabalhos de campo estão adiantados com a soja, puxando a oferta para embarques, disseram analistas ouvidos pela Reuters.

Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de janeiro a exportação de milho somou 2,80 milhões de toneladas, e mais 740,50 mil toneladas são esperadas até o fim do mês, tendo por base dados da agência marítima Williams. Assim, seriam enviados ao exterior em torno de 3,55 milhões de toneladas do cereal.

Quanto à soja, a exportação nas três primeiras semanas de janeiro foi de 1,34 milhão de toneladas, com mais 1,21 milhão agendado até 31 de janeiro, o que leva a um provável volume de quase cerca de 2,5 milhões de toneladas em embarques totais.

Caso se confirme, será a primeira vez que as vendas externas mensais de milho superam as de soja desde janeiro de 2018, quando foram enviados ao exterior 3 milhões e 1,56 milhões de toneladas de cada commodity, respectivamente.

O Brasil é o maior exportador mundial de soja e um dos maiores de milho, ao lado de Argentina e Ucrânia, em ranking liderado pelos EUA.

Editada pelo Suino.com

Fonte: Reuters