De acordo com as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, o volume de carne bovina comercializado mundialmente atingiu 9,83 milhões de toneladas em 2017. A estimativa é de que esse volume cresça 19,3%, alcançando 11,74 milhões toneladas em 2026. Os cinco maiores exportadores de carne bovina são, respectivamente, Brasil, Índia, Austrália, EUA e Nova Zelândia. Estes países foram responsáveis por 70,59% do comércio internacional em 2017.

No ano passado, a participação das carnes bovinas brasileiras no mercado internacional foi equivalente a 19,83%. Todavia, a competição com o mercado indiano está forte, o qual compõe 19,57% das exportações. Contudo vale salientar que a Índia abastece mercados menos exigentes e exporta também grande quantidade de búfalos.

Segundo a Scot Consultoria, ao observar a variação das exportações no comparativo 2014/2026, é possível projetar que o Brasil terá vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes.

Variação do volume exportado de carne bovina no comparativo 2014/26

Apesar dos abalos sofridos pela pecuária em 2017, o Brasil continuará sendo o principal exportador de carne bovina. Diante deste cenário favorável, o país deve analisar os mercados consumidores que atende, bem como o de seus concorrentes, para a consolidação do mercado e superação da concorrência.

China e Egito, juntos, representaram quase 50% dos destinos das exportações brasileiras. Ao analisar dados de importação, nota-se que o Brasil domina estes mercados consumidores. Dentre o total de importações de carne bovina pela China, 14,76% são do Brasil, 13,40% do Uruguai, 9,55% da Austrália e 6,21% da Nova Zelândia.  Por outro lado, no Egito, o Brasil detém 58,69% das importações, seguido pela Índia com 37,39%.

Volume 9,8% maior

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o Brasil deverá embarcar em 2018 um volume 9,8% maior do que o registrado em 2017. A receita cambial avançará 10,5%, atingindo 6,9 bilhões de dólares.

Este cenário favorável se deve a diversos fatores, tais como a expectativa de retorno das importações de carne in natura pelos EUA, o possível aumento dos frigoríficos habilitados a exportar para a China e ao acordo de exportação Mercosul/União Europeia. Provável também em função dos possíveis novos parceiros comerciais, tais como Indonésia e Tailândia, e a possível retirada do embargo da Rússia.

As principais plantas brasileiras esperam incrementar as exportações diante deste contexto positivo. Destaque para a JBS que prevê alta de 22% em seus negócios, valor que supera a expectativa da ABIEC para os embarques do Brasil.

Estados brasileiros

Dentre os estados brasileiros, Mato Grosso e São Paulo são os de destaque em relação à exportação de carne bovina.

 

Conforme a Scot Consultoria, vale ressaltar que, ainda que com boa participação no mercado internacional, o Brasil está em desvantagem no faturamento frente aos demais exportadores de carne bovina.

Os pecuaristas e os frigoríficos brasileiros precisam investir e intensificar a produção para garantir a consolidação do país como líder no mercado. Sendo assim, apostar no melhoramento genético, nutrição animal, manejo de pastagens e no processamento industrial, é um dos caminhos para a valorização do produto frente à concorrência.

Se concretizadas as previsões, o volume embarcado pelo Brasil será histórico, sendo o maior desde 2007, graças às negociações brasileiras com novos mercados consumidores logo no início do ano. 

Fonte: Scot Consultoria