Com a China se consolidando com o principal exportador de carne bovina do Brasil, a tendência é que o total exportado fique em torno de 184 mil toneladas até o final deste mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a primeira semana deste mês registrou com uma média de 8 mil toneladas por dia.

Segundo o Analista de Mercado da Scot Consultoria, Felippe Reis, o Brasil já exportou mais de um milhão de toneladas de carne bovina in natura de janeiro a setembro. “Todos os meses, nós exportamos acima de 100 mil toneladas e nunca registramos um cenário tão positivo como este”, afirma.

O governo brasileiro está investindo na abertura de novos mercados na Ásia para exportar a carne bovina, suína e de frango. A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou que a efetiva abertura de mercado da Indonésia para a carne do Brasil está próxima, mas que ainda faltam alguns detalhes do acordo do Certificado Sanitário Internacional (CSI) que precisa ser firmado pelos dois países.

A capital da Indonésia, Jacarta, já habilitou dez plantas frigoríficas brasileiras a exportar carne bovina in natura, sendo cindo da Minerva, quarto da JBS e um da Marfrig. A expectativa é que futuramente a demanda do país fique em torno de 200 mil toneladas por ano com um preço de US$ 3,8 mil por tonelada, segundo as informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

De acordo com as informações do Valor Econômico, os importadores da indonésia demonstraram interesse em comprar 30 mil toneladas até o final deste ano. Porém, algumas fontes já dizem que em 2020 o volume embarcado pode chegar a 100 mil toneladas. “A Indonésia pode vir a se tornar o segundo maior mercado de carne bovina do Brasil – depois da China, é claro”, disse o Diretor de Relações Institucionais da Minerva, João Sampaio, ao Valor Econômico.

De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, os preços praticados para o boi destinado a China estão ao redor de R$ 166,00/@. “Isso mostra como os frigoríficos estão em busca de animais para o mercado chinês. Para atender a demanda, os animais precisam ser jovens com até quatro dentes”, relata o analista.

Japão

Outro mercado asiático muito promissor é o Japão, mas que o Ministério da Agricultura destaca que as negociações tende a demorar. Tendo em vista, que o mercado japonês é um dos mais exigentes para importar alimentos. O Japão informou que deve enviar nos próximos meses ao Brasil uma missão sanitária para auditar frigoríficos.

As visitas devem ocorrer no estado do Paraná, Santa Catarina, Goiás e Rondônia. “As negociações com o Japão estavam paradas até o começo do ano. Mas retomamos as conversas com a nossa visita ao país, em maio, e eles deverão enviar uma missão sanitária. Mas faremos tudo com calma, não é algo para curto prazo”, disse ao Valor o secretário de Relações Internacionais do Ministério Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, que acompanhou Tereza Cristina no primeiro dia da Anuga.

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Por: Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas