O setor vem atraindo cada vez mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos

O mercado dos produtos biológicos cresce a olhos vistos no Brasil. Somente este ano já há um recorde de produtos de base biológica registrados, são 56. Se for se basear na biodiversidade brasileira são mais de 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais conhecidas no país, uma das maiores do mundo, que pode fornecer matéria-prima para muitas soluções para agricultura, pecuária e aquicultura.

Um estudo do Rabobank apontou a evolução e a transformação do mercado de biológicos. O setor vem atraindo cada vez mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos. O levantamento mostra que, entre 2015 e 2019, mais de 40 novas empresas registraram seu primeiro produto, elevando o número total de empresas com registros ativos no Brasil para aproximadamente 80 empresas no final de 2019. Com isso conclui que mais da metade das empresas do ramo existem há menos de 5 anos.

Outro estudo de uma empresa de pesquisa britânica mostrou que o mercado mundial de produtos biológicos agrícolas alcançará US$ 19,5 bilhões em 2031, com o mercado de bioestimulantes valendo US$ 7,5 bilhões e o mercado de biopesticidas chegando a US$ 12 bilhões.

“Vamos ter crescimento acelerado”

Antonio Zem é um veterano da indústria química que se rendeu aos biológicos. Hoje é CEO da Biotrop, empresa brasileira que trabalha no desenvolvimento de novas soluções biológicas e surgiu há apenas dois anos em Vinhedo, interior de São Paulo.

Ele observa um grande potencial no Brasil que cresce a 40% nesse setor, enquanto outros países crescem 15% ao ano e defende que haja estatísticas mais precisas. “Estima-se que nos inoculantes biológicos o mercado está em US$ 350 milhões mas provavelmente está subestimado pela dificuldade da pesquisa de mercado. Também há bioestimulantes misturados com nutrição de plantas que poderia chegar a US$ 600 milhões na separação”, diz.

O Brasil lançou recentemente o Programa Nacional de Bioinsumos para incentivar o setor e a Europa também lançou algo parecido para entrar neste mercado. Zem defende que os biológicos, vem, primeiro, para recuperar os solos com absorção de nutrientes, desenvolvimento radicular, controle de pragas que geram plantas mais resistentes e produtivas. Do outro lado vem os defensivos de base biológica como fungicidas, inseticidas, acaricidas. “Tem que ter custo bom e eficiência e as empresas ter capacidade de investir muito em pessoas qualificadas para pesquisa. Temos um mercado imenso porque a grande maioria não usa biológicos”, aponta o dirigente.

No país soluções mais difundidas vem a base de fungos como o Tricoderma e Beauveria bassiana, inseticidas com Bacillus thuringiensis e Baculovirus spodoptera e promotores de crescimento como a proteína Harpin. Também há bionematicidas e óleo de Nim (Azadiractina) uma semente que age contra mosca-branca.

Fonte: Agrolink