O presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso na abertura da Cúpula do Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– para afirmar que nos próximos dias irá revelar quais países estariam importando madeira ilegal da Amazônia e contribuindo para o desmatamento da floresta.

No início de seu discurso na Cúpula –que neste ano acontece online por causa da pandemia de coronavírus–, falando de improviso, Bolsonaro voltou a acusar países críticos do seu governo de estarem importando madeira retirada ilegalmente da Amazônia. Segundo Bolsonaro, a Polícia Federal desenvolveu uma tecnologia que permitirá identificar a localização de madeira apreendida e também exportada.

“Então revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa, através da imensidão que é a região Amazônica, porque aí sim estaremos mostrando que esses países, muitos desses que nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão”, afirmou o presidente.

Segundo o presidente, boa parte dos países que criticam o Brasil pelo desmatamento da Amazônia fazem parte dessa lista que importa ilegalmente madeira brasileira.

“Estaremos revelando nos próximos dias países que têm importado madeira ilegal da nossa Amazônia. E alguns desses países têm sido severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica”, afirmou. “Creio que depois dessa manifestação, que interessa a todos, porque não dizer ao mundo, essa prática diminuirá muito nessa região.”

A ação prometida pelo governo brasileiro tem potencial para abrir outra crise diplomática com países com quem o Brasil já desenvolveu uma relação difícil pelas críticas ao aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Na semana que vem, Bolsonaro participa de outra encontro com chefes de Estado, a Cúpula do G20, que também acontecerá online.

Boa parte da madeira nobre retirada da região ilegalmente é vendida com documentos falsos e misturada à madeira retirada legalmente, como já demonstraram investigações da própria Polícia Federal e do Ministério Público.

Fonte: Reuters