Considerando as peculiaridades do Estado, que conta com regiões como a do Pantanal que enfrenta grandes cheias ao longo do ano, dificultando o acesso até as propriedades e impossibilitando o manejo adequado do rebanho, em Mato Grosso do Sul, a campanha de vacinação contra a febre aftosa em bovinos e bubalinos acontece em duas etapas, nos meses de maio e novembro.

Nesta segunda etapa, que foi encerrada no último dia 15 de dezembro nas regiões do Planalto e Zona de Fronteira, onde o Pantanal tem prazo diferenciado (encerra a campanha no próximo dia 30) as parciais divulgadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) trazem números que confirmam a excelência do trabalho realizado no Estado pelos pecuaristas em parceria com a agência.

  Propriedades Rebanho envolvido % do rebanho declarado vacinado Situação da campanha
Região do Planalto 48.582 8.766.875 99,11% encerrada
Região do Pantanal 445 458.177 93,20% aberta
Região da Fronteira 4312 358.991 98,13% encerrada
Total 53.339 9.584.043 96,81%  (parcial)

Faltando 3 dias para o encerramento da campanha de novembro, o Governo do Estado, através da Iagro, divulgou números que apontam proximidade com o resultado obtido na campanha realizada no mês de maio, quando a cobertura chegou aos 99%.

Conforme o relatório, na região do planalto 99,11% dos animais da região do Planalto tiveram declaração de vacinação registrada no sistema da agência, 98,13% dos animais da Zona de Fronteira também foram declarados vacinados e da região do pantanal os números já chegaram a 93,20%.

Segundo o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, os números da região do Pantanal ainda podem ter alguma mudança. “Nesses três últimos dias até o fechamento, seguramente teremos registros que elevarão os números e os aproximarão dos obtidos na última campanha”. Afirmou.

O Diretor-Executivo da Iagro, Roberto Bueno que já esteve em várias partes do País levando a experiência de Mato Grosso do Sul no combate da doença, explica que a parceria da agência com os pecuaristas e sua conscientização quanto a importância da imunização levaram o Estado a figurar entre os três melhores resultados do Brasil nos últimos cinco anos e consequentemente abrindo as portas para mercados que se fecharam quando da ocorrência de casos em 2006.

Para ele esse trabalho foi fundamental para que o Governo Federal pudesse colocar em pratica o Plano Estratégico de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) em 2017, que prevê a retirada da vacinação até 2023, tendo como diretrizes básicas deste trabalho a gestão compartilhada entre governos e iniciativa privada, o aperfeiçoamento das capacidades do Serviço Veterinário Oficial (SVO), a regionalização das ações, fortalecimento do sistema de vigilância, cooperação internacional e educação em saúde animal, conforme destacou. “Vimos seguindo à risca o cronograma previsto para o bloco do qual fazemos parte”.

Mato Grosso do Sul faz parte do Bloco V que reúne ainda Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“A evolução das ações tem feito alguns Estados inclusive aventarem a possibilidade de pedir a retirada da obrigatoriedade da vacinação antes do prazo previsto no plano, contudo em Mato Grosso do Sul, devemos manter as ações dentro do que foi estabelecido já que nossa realidade é bastante diferente dos demais Estados que compõe conosco o bloco V”. Afirmou Roberto, referindo-se a extensa área de fronteira e o fato do Estado fazer divisa com outros dois Países, Bolívia e Paraguai.

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul soma 21 milhões de cabeças de bovinos. O rebanho do Estado é altamente produtivo (reduziu em 2 milhões de hectares a área de pastagem, mas mantém o volume de abate), é líder no abate de bezerros com até 24 meses de idade, tem carne de qualidade comprovada, é o único Estado que mantem há mais de trinta anos um programa de incentivo a criação de animais precoces e instituiu recentemente o programa “Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal”, que prevê o abate já em 2019 de pelo menos 30 mil animais.

Campanha contra aftosa no Brasil

Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MAPA, neste ano, pela última vez todo o rebanho dos estados do Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte de Mato Grosso foram vacinados contra aftosa obedecendo todas as datas do calendário nacional. Em maio do ano que vem, ainda farão a vacinação dos animais, mas, já em novembro, estarão fora do calendário de vacinação de bovinos e bubalinos.

A vacinação contra a febre aftosa de todo o rebanho bovino e bubalino, estimou alcançar 217,4 milhões de animais em todo País. Assim, seguindo o calendário normal, que previa a vacinação em maio de todo o rebanho (201,2 milhões de cabeças), foram imunizados 197,8 milhões de animais, alcançando uma cobertura vacinal de 98,31%. No mês passado a meta da segunda etapa de vacinação era imunizar 96 milhões de animais com idade de até 24 meses. Os números finais da campanha de novembro deverão estar consolidados em janeiro de 2019.

Para assegurar o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, que o País conquistou recentemente, é fundamental o alto nível de cobertura vacinal. A exigência é que os órgãos sanitários atinjam no mínimo 80%.

Fonte: Kelly Ventorim – Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro)
Foto: Denilson Secreta