Com a missão de promover o desenvolvimento rural sustentável, por meio de programas e ações participativas com o envolvimento da comunidade, de entidades parceiras e de todos os segmentos dos negócios agrícolas, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, completou 51 anos de atuação nesta quarta-feira (20/06).

As comemorações reuniram produtores de comunidades remanescentes de quilombolas beneficiadas pelo Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II – Acesso ao Mercado, do Governo do Estado, que relataram suas experiências de agregação de valor à produção agrícola, geração de renda e desenvolvimento social.

O secretário Francisco Sergio Ferreira Jardim, que participou das comemorações realizadas na sede instituição em Campinas, afirmou que a Cati conseguiu estreitar o caminho entre o conhecimento e a sua aplicação na produção agropecuária. “Há 51 anos, o Brasil era bem diferente. O Estado de São Paulo já tinha uma forte estrutura de conhecimento, produzia café e cana-de-açúcar, mas era um grande importador de alimentos. Na década de 70, iniciamos uma discussão para mudar o paradigma de tornar o País de proporções continentais um produtor de alimentos”, contou.

De acordo com o titular da Pasta, a estrutura nacional de geração de conhecimento e pesquisa teve como base instituições paulistas como a Cati. “O brasileiro gastava em média, 50% de sua renda com alimentação. Hoje, esse percentual caiu para 15% e a produção nacional abastece 160 países. Foram ações públicas que mudaram esse processo e a Cati participou desse processo, com foco na produção ética de alimentos, boas práticas de manejo no campo e bem-estar animal”, finalizou.

Para o coordenador da Cati, João Brunelli Junior, os bons resultados de ações como o Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II – Acesso ao Mercado, que já beneficiou cerca de 300 associações e cooperativas traz a segurança de estar no caminho certo.

“Agora, temos também o Plano Mais Leite Mais Renda, para ampliar a produtividade e a qualidade do leite, que está se fortalecendo, com os produtores interessados em participar. Estamos conquistando o reconhecimento dos próprios beneficiados, os produtores rurais. A Cati é parceira do agricultor familiar, estamos presentes do campo até o mercado”. Parceria que é comemorada pelo setor produtivo, como destacou Noel Castelo da Costa, presidente da Associação dos Remanescentes do Quilombo Abobral, uma das comunidades tradicionais beneficiadas pelo Microbacias II. “O que mais nos gratifica não são somente os inúmeros equipamentos conquistados, mas a confiança na forma como eles foram adquiridos, atendendo às nossas necessidades e nos trazendo independência”, afirmou.

“As aquisições participativas são importantes, nós sempre buscamos que o beneficiário se sinta parte das iniciativas”, comentou o gerente de projetos do Banco Mundial para o Brasil, Maurizio Guadagni, que tem acompanhado as ações do Microbacias II.

Parcerias

O papel fundamental da Cati na execução do Microbacias é destacado pelas entidades parceiras do projeto. “Parabenizo a Coordenadoria pela missão de levar orientação e novas tecnologias ao produtor rural”, afirmou Umberto Kubota, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (Cbrn) da Secretaria do Meio Ambiente, que no ato representou o secretário Maurício Brusadin.

“Agradecemos a parceria”, completou o diretor-executivo da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva” (Itesp), Sérgio Maranhão, representando o secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania, Márcio Elias Rosa.

De acordo com o presidente da Agência Nacional de Extensão Rural (Anater), Valmisoney Moreira Jardim, não se pode falar de produção agrícola sem pensar na Cati. “A Cati auxilia as associações a fazer suas escolhas, buscarem emancipação, autonomia para progredir e refletir sobre seu trabalho. Estamos plantando cidadania a cada vez que estamos com o produtor rural, sem o qual não existiria a Cati ou a Anater”, disse.

O empenho e a integração da equipe da Cati em todo o Estado foram destacados pelo deputado federal Arnaldo Jardim, ex-secretário de Agricultura e Abastecimento. “Temos orgulho dessa equipe que tem paixão no que faz, busca integração com a pesquisa, a defesa agropecuária e o abastecimento”, afirmou.

Na oportunidade, foi assinado um instrumento de parceria entre a Secretaria e a Anater para o atendimento de mil agricultores familiares por meio de ações-piloto em dez Escritórios de Desenvolvimento Regional (EDRs) da Cati.

O convênio prioriza a continuidade da assistência técnica aos produtores atendidos pelo Microbacias II, apoiados por ferramentas de diagnóstico e planos de trabalho elaborados pelos agricultores de forma participativa com recursos de custeio repassados pela Anater e aplicados diretamente nas ações. “Os recursos serão viabilizados para que famílias tenham assistência técnica e extensão rural até 2020”, explicou Valmisoney Moreira Jardim.

O secretário municipal de Desenvolvimento de Campinas, André Von Zuben, relatou a proximidade que sempre teve com a Cati, pois seu pai foi funcionário da Casa de Agricultura de Campinas. “Sempre convivi com a extensão rural. O desenvolvimento rural sustentável é uma necessidade imperiosa e a Cati está atualizada e sintonizada com a realidade, para desenvolver uma política pública aberta a parcerias, para fazer diferença na vida dos produtores rurais”.

O evento contou ainda com o depoimento das comunidades quilombolas beneficiadas pelo Microbacias II. O secretário Francisco Jardim anunciou ainda o São Paulo Agro ProClima, projeto que dá sequência às ações, com enfoque na agricultura de baixo carbono. “Estamos em negociações com o Banco Mundial para a elaboração do projeto, um investimento de US$104 milhões”, adiantou.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/SP)