A Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (Ccab), lançou, na última semana, a Cropline, uma plataforma de acesso para agricultores não-acionistas ao seu portfólio de produtos para proteção de cultivos. Com isso, além de se tornar uma companhia de abrangência nacional, estendendo sua atuação do centro-oeste brasileiro para os estados do Sul e Sudeste do país, a Ccab almeja fortalecer seu papel de representatividade no agro, especialmente, na produção de alimentos. Sem perder a essência de empresa que, simultaneamente, tem como “dono” e cliente o agricultor, a companhia evoluiu de um pequeno grupo de cooperativas do cerrado da Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ­– que se uniu para importar defensivos agrícolas, em um momento em que o mercado enfrentava crises de abastecimento – para uma empresa de capital aberto, e que vem ganhando musculatura desde a entrada do Grupo InVivo, em 2016.

“Tanto a InVivo quanto os demais acionistas entendem que é possível crescer, num mercado que cada dia é mais concentrado, como o de defensivos, sem perder o foco da representatividade. Hoje temos 22 cooperativas como acionistas, que têm sob o seu guarda-chuva 55 mil produtores rurais”, explica o CEO, Jones Yasuda. Segundo ele, o objetivo da Ccab não é ser mais uma fornecedora de defensivos químicos genéricos nem de bio-soluções, mas uma empresa que, sendo de agricultores, conversa com seus pares e entende as suas demandas “para ofertar produtos e tecnologias que de fato atendam às suas necessidades”, afirma.

Diversificação e representatividade
Com a Cropline, a Ccab, que priorizou os cultivos do cerrado – soja milho e algodão – em seus 11 anos de existência, passa agora a conversar também com produtores de hortaliças, frutas, cana-de-açúcar e feijão, dentre outros. “Procuramos as cooperativas, e abrimos o dialogo com agricultores de menor porte, com diversas cooperativas e distribuidores tradicionais privados, porque o nosso objetivo é entender o que esse produtor precisa. Eles trabalham em outras bases, com módulos agrícolas menores, mas possuem grande relevância na produção nacional de alimentos. Montamos um time para isso, estrategicamente distribuído nessas regiões”, revela Yasuda. A liderança na Ccab, contudo, continua sendo dos acionistas, majoritariamente, os agricultores do cerrado, segundo o CEO.

A entrada da InVivo, além de ter sido um motor dessa expansão, favorece a troca de experiências com a França, que tem sido incisiva no desenvolvimento de inovações para favorecer uma agricultura mais produtiva e sustentável. “Há iniciativas, dentro da própria InVivo, que podem ser replicadas aqui, e estamos fazendo uma análise profunda para saber o que é viável. Mas são oportunidades no campo das bio-soluções, da agricultura digital e tecnologia de alimentos, que visam tanto a proteção sustentável de cultivos quanto a redução dos desperdícios e o aumento da vida útil dos alimentos, desde a lavoura até a prateleira”, explica.

De acordo com Jones Yasuda, todas as ações da Ccab têm como balizador a responsabilidade do Brasil de ser o grande provedor de alimentos no mundo, em um futuro próximo. Ele cita os números divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), segundo os quais, em 10 anos, o país suprirá 41% da demanda global por alimentos. “Como produtores rurais que somos, trabalhamos para isso e entendemos que é preciso que esta realidade também norteie a política agrícola brasileira. Não somos uma associação de agricultores, mas temos representatividade para alertar os governos para mudanças urgentes que precisam acontecer para garantir a segurança alimentar no país e em grande parte do planeta”, conclui.

Fonte: Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (Ccab)