O gasto com soja do país asiático que tem o Brasil como maior fornecedor do grão foi 44,2% maior nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado

A China, país que mais importa soja no mundo e tem o Brasil como maior fornecedor, aumentou significativamente a compra da commodity nos primeiros cinco meses do ano. O gasto do país asiático com soja durante os cinco meses foi 44,2% maior em relação ao mesmo período do ano passado, e resultou em um aporte total de 19,35 bilhões de dólares, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas divulgados na semana passada.

A alta, que resultou numa compra total de 38,23 milhões de toneladas de soja de janeiro a maio, ocorreu com a recuperação do rebanho suíno chinês, que havia sido devastado pela Peste Suína Africana.

No cinco primeiros meses do ano, o país asiático importou 12,8% a mais do que no mesmo período do ano passado

Em maio, a China registrou aumento das importações de soja em relação a abril deste ano por conta dos atrasos, no mês anterior, de embarques vindos do Brasil. O crescimento foi de 29% em relação aos 7,45 milhões de toneladas importadas em abril. Também houve aumento em relação a maio de 2020, quando o país havia importado 9,38 milhões de toneladas.

“Os números ficaram dentro das expectativas do mercado. As importações de maio a julho são normalmente altas. Houve também alguns atrasos nas cargas ”, afirmou o analista da Sinolink Futures Wang Xiaoyang.

Processadores chineses de soja aumentaram as compras de grãos do Brasil antecipando a forte demanda do setor de suínos, com a rápida recuperação, mas o regime de chuvas no Brasil atrasaram a colheita e exportações da oleaginosa. Os carregamentos atrasados começaram a chegar à China em grande volume a partir de abril, mas o impacto das chuvas ainda podia ser sentido.

Segundo analistas, nos próximos dois meses a importação de soja pode passar de 10 milhões de toneladas, somando-se a um suprimento já sólido de grãos.

No entanto, o apetite por ração do setor de suínos pode ser moderado no curto prazo, já que um grande volume de suínos pesados é enviado ao mercado, disse o China Construction Bank Futures em uma nota na semana passada.

A queda nos preços dos suínos e o aumento dos custos da ração também devem impedir alguns agricultores de reabastecer seu rebanho, embora a demanda por farinha de soja deva ser saudável a longo prazo, já que o rebanho da China se recupera de um devastador surto de Peste Suína Africana.

Fonte: Suinocultura Industrial/Exame