Se por um lado a China está diminuindo suas compras de soja do Brasil e do mercado internacional, por outro aumenta o apetite por carnes. De acordo com um trader ouvido pela T&F Consultoria Agroeconômica, “há algumas empresas de abate de frangos e suínos que estão montando um segundo turno noturno de trabalho, para se prepararem para atender à alta demanda da China por carnes”.

Na visão do analista da T&F Luiz Fernando Pacheco, esta melhora na perspectiva de exportação de frango e suíno para o maior importador mundial deverá reativar os mercados de milho, farelo de soja e farelo de trigo nos próximos meses. Esta foi a principal razão pela qual os preços médios do milho no interior do país subiram 0,31%, para R$ 35,24/saca, em Campinas, nesta segunda-feira, depois de caírem durante dois dias consecutivos no final da semana passada. Mesmo assim, os preços ainda estão 6,80% abaixo da última cotação de março, como mostra o quadro acima.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou a jornalistas em evento da ABPA que “com certeza diminuirão as nossas exportações de soja [à China]. Mas nós vamos agregar valor. Em vez de vender soja a 500 dólares a tonelada, vamos vender a proteína a US$ 2 mil a tonelada, seja frango, bovino ou suíno”.

“Eles [chineses] pediram para levar os relatórios com as novas perguntas, os novos questionamentos. Então já estamos mandando para discutir lá com eles… Estamos levando as informações de outras plantas… A gente acredita que será marcada uma nova visita ao país para fazer vistoria”, explicou a titular do MAPA.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems