Alguns compradores chineses cancelaram contratos de compras de milho dos Estados Unidos e fizeram a compra da Ucrânia, um grande competidor europeu. A razão dos cancelamentos é o endurecimento sobre o processamento de variedades geneticamente modificadas do cultivo, segundo três fontes do mercado e um analista disseram à agência Reuters.

Qualquer mudança prolongada por parte de um dos principais importadores de milho no mundo colocaria nervosos os agricultores americanos que se estão preparando para uma excelente colheita esse ano e poderia potencialmente marcar uma nova frente nas tensões comerciais que existem entre China e Estados Unidos.

Os compradores chineses aumentaram no fim do ano passado as compras de milho americano, que em sua maioria era geneticamente modificado, depois de uma recuperação dos preços internos. Mas as fontes disseram que está mais difícil para os industriais chineses obter licenças para processar milho transgênico, o que obrigou a alguns fornecedores a substituir o grão norte-americano por milho não transgênico levado da Ucrânia.

O Ministério da Agricultura da China não respondeu ante um pedido de comentários, enquanto que as fontes comerciais pediram não ser identificadas já que não estavam autorizadas para falar com veículos de comunicação.

“Os traders este ano tem estado mais inclinados a comprar milho da Ucrânia já que não é transgênico e não requer de licença de processamento”, disse Cherry Zhang, analista da Shanghai JC Intelligence.

“Inclusive alguns que haviam fechado contratos com milho americano cancelaram ordens e miraram para a Ucrânia”.

Não estava claro o volume de envio que foram afetados, mas uma das fontes, um comercializador de alto nível em Beijing, disse que até quatro carregamentos de um total de 210 mil toneladas e um valor de aproximadamente US$ 40 milhões foram cancelados no mês passado, já que os industriais não receberam permissões para processar cultivos geneticamente modificados.

“Para março, algumas pessoas não tiveram outra opção, tiveram que fazer um wash out, mas para abril e maior, ainda estão esperando”, disse.

A situação se produz enquanto Pequim se encontra em processo de revisão da importação de grãos geneticamente modificados. No ano passado, endureceu o processo de pedido para obter certificados de segurança para as importações de soja transgênica, atrasando os carregamentos e freando negócios.

A Ucrânia representou ao redor de dos terços das 2,83 milhões de toneladas de importações de milho da China no ano passado, enquanto que os Estados Unidos foi responsável por apenas um quarto. Os preços de exportação da Ucrânia subiram pela maior demanda, aumentando em US$ 20 desde Julho do ano passado a US$ 180.

“O difícil para o milho dos Estados Unidos entrar agora é devido ao problema dos OGM. Obter a permissão de processamento é muito difícil”, disse um comercializador de milho no leste da China que cancelou um carregamento americano.

No domingo, Pequim lançou uma investigação antidumping e contra os subsídios sobre importações de sorgo dos Estados Unidos, alimentando preocupações na indústria sobre que a soja possa ficar soterrada em uma ação comercial.

Por: AGROLINK -Leonardo Gottems