As commodities agrícolas têm sido o campo de batalha central na escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China aumentaram após o país asiático ter confirmado que seguirá com os planos de impor tarifas sobre uma série de produtos agrícolas americanos, incluindo soja e milho. A informação foi divulgada pelo Delta Farm Press, dos Estados Unidos.

Uma tarifa adicional de 25% será cobrada em cerca de US$ 50 bilhões em importações norte-americanas, informou o Ministério das Finanças da China em comunicado divulgado no dia 16 de junho. As tarifas de cerca de US$ 34 bilhões dessas importações terão início em 6 de julho, atingindo produtos agrícolas como soja, milho, trigo, algodão, arroz, sorgo, carne bovina, suína, aves, peixes, produtos lácteos, nozes e vegetais.

Em 2017, as importações de produtos agrícolas da China foram de US$ 24,1 bilhões, segundo dados alfandegários. Isso representa cerca de 19% do total de importações agrícolas no valor de US$ 125,86 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura chinês.

Soja

A China ainda compra mais soja dos Estados Unidos do que qualquer outra commodity agrícola, em um montante de 14 bilhões de dólares em 2017. É o maior importador do mundo e o maior comprador da América. Enquanto cerca de um terço da produção dos Estados Unidos vai para o país asiático, a China comprou no ano passado mais do Brasil.

A China é o maior produtor e consumidor de suínos do mundo e sua indústria depende do farelo de soja para alimentar seu plantel. O aumento dos custos para os produtores de suínos corre o risco de elevar o preço da carne suína, um componente do índice de preços ao consumidor do país.

As importações de milho norte-americano pela China subiram quase 240% em 2017, para cerca de 757 mil toneladas, no valor de US$ 160 milhões.

Carne bovina

A China é um dos mercados de importação de carne bovina de mais rápido crescimento do mundo, à medida que o bife à moda ocidental se torna mais popular entre os consumidores de classe média e as restrições de terra limitam a oferta doméstica. O país asiático só começou a comprar carne bovina americana novamente no ano passado depois de proibir as importações em 2003, quando uma vaca no estado de Washington foi descoberta com a vaca louca.

Nos seis meses após o fim da proibição, a China comprou US$ 31 milhões de carne bovina de origem norte-americana, mostram dados do Departamento de Agricultura dos EUA. O USDA estima que as importações totais de carne bovina da China superarão 1 milhão de toneladas em 2018, em comparação com 974.000 toneladas no ano passado.

A China cobra uma tarifa adicional de 25% sobre as importações de carne suína dos Estados Unidos desde abril. Atualmente, o país não compra carne e produtos a base de frango dos Estados Unidos após a proibição de importações devido a preocupações com a gripe aviária em 2015.

Equipe Suino.com

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