O maior processador de oleaginosas do mundo confirmou um dos maiores temores do mercado de soja: a China basicamente parou de comprar a matéria-prima dos Estados Unidos em meio à guerra comercial. A informação foi divulgada pelo site Delta Farm Press.

“O que eles estão comprando não é dos Estados Unidos”, disse o diretor-executivo da Bunge, Soren Schröder, em conversa com jornalistas. “Eles estão comprando feijão no Canadá, no Brasil, principalmente no Brasil, mas muito deliberadamente não compram nada dos Estados Unidos”.

Em um movimento que pegou muitos na agricultura dos Estados Unidos de surpresa, a China anunciou no mês passado que planeja tarifas para os embarques americanos de soja. Mesmo o mercado esperando que a medida tivesse efeito, havia alguma esperança de que as retaliações entre as nações poderiam amenizar, enquanto isso o fluxo comercial continuaria. Mas esse não parece ser o caso, pelo menos por enquanto, de acordo com a Bunge.

É “muito claro” que as tensões comerciais já impediram a China de comprar dos Estados Unidos, disse Schroder. “Quanto tempo isso vai durar, quem sabe? Mas enquanto houver essa grande incerteza, é provável que continue”.

A volatilidade dos preços dos produtos agrícolas aumentou nas últimas semanas, à medida que o ruído entre Estados Unidos e China se intensifica. Outros produtos agrícolas envolvidos na disputa incluem milho, carne suína e sorgo. A soja representa a segunda maior safra americana e os preços dependem muito do comércio com o país asiático, o maior importador do mundo.

A Bunge ainda conseguiu atender à demanda chinesa, enviando remessas com soja de outros países, disse Schroder. “Eu preferiria o livre comércio e que não houvesse interrupções porque não é bom para ninguém”, disse Schroder.

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Tradução livre equipe Suino.com