A China poderá elevar a produção de carne suína e reduzir as importações ao longo de 2021, caso o país se mantenha livre de novos casos de peste suína africana (PSA). A avaliação foi feita pelo analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.

Segundo Maia, há inúmeras notícias sendo veiculadas na mídia sobre novos casos de PSA na China, mas nada de concreto oficialmente por parte da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), o que tem gerado um grande movimento especulativo no mercado.

Maia sinaliza que, de acordo com os mais recentes dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China segue ampliando a recomposição de matrizes e o rebanho de suínos. “Se maiores problemas causados pela PSA não forem confirmados, o país poderia confirmar uma produção maior de suínos neste ano e vir a reduzir as importações de carne suína a partir do segundo semestre, afetando importantes players, como Brasil, Estados Unidos e Canadá”, analisa.

Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, os mais recentes números divulgados pelo USDA indicam que a produção de carne suína da China poderia alcançar 47 milhões de toneladas, com um crescimento de 14,27% frente ao volume registrado no ano passado, de 41,13 milhões de toneladas. “Com um consumo doméstico sendo retomado, o país poderia, segundo o USDA, fechar o ano com importações de 4,5 milhões de toneladas, com um declínio de 14,79% frente às 5,28 milhões de toneladas adquiridas no ano passado”, afirma.

Maia explica que apesar do surto de PSA registrado na Alemanha, que interrompeu as vendas de carne suína do país à China, não houve um declínio nas exportações de carne suína da UE ao país asiático, que foi suprida por outros países europeus. “A tendência, para 2021, é de que a União Europeia siga como o principal mercado fornecedor de carne suína para a China”, informa.

Para o curto prazo, Maia disse que, após uma redução nas compras do Brasil nos primeiros meses deste ano, a China tende a retomar as importações com maior força a partir de março deste ano. “Isso é importante para reduzir a oferta doméstica de carne suína no Brasil, que se mostra afetada pelos lockdowns gerados pela pandemia de coronavírus”, finaliza.

Fonte: SAFRAS & Mercado com adaptações Suino.com