As importações de soja da China devem cair nos últimos três meses de 2018, a maior queda em pelo menos 12 anos, com os compradores restringindo as compras em meio à guerra comercial sino-americana e aos altos estoques domésticos. A informação foi divulgada nesta semana pelo site Agriculture.com

A soja, esmagada para produzir ração animal e óleos vegetais, está no centro da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. Em julho, a China impôs uma taxa de importação retaliatória de 25% sobre a soja dos Estados Unidos como parte do conflito, uma saga que ganhou fôlego desde então com a introdução de novas tarifas sobre outros produtos.

As importações de soja da China, que compra 60% das oleaginosas comercializadas no mundo, devem registrar entre 18 e 20 milhões de toneladas no quarto trimestre, ante 24,1 milhões no mesmo período do ano passado, apontaram traders.

“As importações devem ficar na média de 6 milhões de toneladas por mês no quarto trimestre”, disse um trader de Cingapura, que opera com usinas de processamento de soja na China. “As compras serão principalmente do Brasil e alguma coisa da Argentina e do Canadá. Os compradores não estão dispostos a correr riscos trazendo grãos dos Estados Unidos”, disse o trader.

O contrato de referência de soja de Chicago caiu para o menor valor em dez anos, a US$ 8,11/m4 no mês passado,  embora os preços tenham recuperado devido a temores de danos causados após a colheita em partes do Meio-Oeste dos Estados Unidos.

O custo da soja norte-americana para a China atualmente é semelhante à soja brasileira, mesmo com a tarifa de 25%,  mas os importadores chineses relutam em aceitar a matéria-prima dos Estados Unidos,  já que temem que as tarifas possam subir ainda mais.

“Neste momento, o imposto de importação da China sobre o trigo americano é de 25%, quem sabe,  o imposto pode chegar a 50% quando o navio chegar”, disse Ole Houe, diretor de serviços de consultoria da corretora IKON Commodities, em Sydney.

Equipe Suino.com

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