Seis meses atrás, diante de histórico acordo comercial então firmado entre os Presidentes da China e dos EUA, o AviSite fez breve retrospectiva das exportações de carne de frango do Brasil e dos EUA para o mercado chinês e observou que a posição brasileira estava bem consolidada, havendo poucas perspectivas de os EUA avançarem com seu frango naquele mercado (vide Target=_blank>“Importações chinesas de carne de frango: distribuição entre Brasil e EUA”).

Mas, em decorrência do surto de Peste Suína Africana e o surgimento da Covid-19 o quadro a favor dos EUA mudou radicalmente. Ou o que está ocorrendo resulta apenas de interesses político-comerciais? O fato é que, em apenas quatro meses (janeiro a abril de 2020), a China saiu das importações “zero” para tornar-se o segundo maior importador da carne de frango norte-americana.

Os números mais recentes divulgados pelo USDA não mostram isso, pois indicam que no quadrimestre inicial de 2020 a China importou pouco mais de 56 mil toneladas de carne de frango dos EUA, volume que a coloca como quarto importador, atrás do México, Taiwan (ou China Nacionalista, em oposição à China Comunista, que os EUA designam como China Continental) e Vietnã.

A questão, aqui, é que – pelo menos até agora – prevalece no USDA o entendimento de que pés/patas de frango não são carne de frango. Mas, de acordo com Jim Sumner, Presidente do Conselho de Exportação de Aves e Ovos dos EUA (USAPEEC, na sigla em inglês), as exportações norte-americanas destinadas no período à China totalizaram 99.875 toneladas, “44% das quais representadas por patas de frango”

Naturalmente, os números não batem. Porém, considerado o volume apontado por Sumner, a China avança para o segundo posto, à distância apenas do México. Que, neste ano, já aumentou suas importações em quase 12,5% – em decorrência, segundo Sumner, do encerramento, pelo governo do México, de acordo que propiciava ao Brasil amplo acesso ao mercado mexicano.

No quadrimestre, apenas um entre os 10 principais importadores dos EUA reduziu suas compras – Cuba. Com isso, o volume destinado a essa dezena de países aumentou quase 20% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto o total exportado para 140 países aumentou 7,81%.

Notar, de toda forma, que esse índice de aumento corresponde a um adicional de 80.278 toneladas. Propiciado, essencialmente, por China (56.089 toneladas) e México (adicional de 26.742 toneladas).

 Fonte: AviSite