A China volta a comprar carne suína dos Estados Unidos, apesar das tarifas de importação impostas devido à guerra comercial. Isso ocorre porque a febre suína africana assola o rebanho chinês. A informação foi divulgada nesta semana pelo The Pig Site.

Na semana passada, o maior produtor e consumidor de suínos do mundo realizou a maior encomenda de carne suína americana desde o início da guerra comercial, mostraram dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

As compras são um sinal de que o surto de peste suína africana preocupa sobre um eventual déficit de oferta, com isso superando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, disseram corretores e traders. “Por que você compra do seu inimigo? Porque você precisa”, disse Don Roose, presidente da corretora norte-americana US Commodities.

Com a disputa comercial, a China impôs tarifas retaliatórias sobre as importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo taxas de 62% sobre a carne suína americana.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, se encontraram no sábado, 01 de dezembro, na cúpula do G-20 em Buenos Aires, para discutir o comércio em meio a crescentes tensões.

Na semana que encerrou no dia 22 de novembro, a China comprou 3.348 toneladas de carne suína a ser embarcada ainda este ano, disse o USDA, sua maior compra desde fevereiro. A China também comprou 9.384 toneladas de carne suína para embarque em 2019, respondendo por 72% do total de vendas semanais para todos os países. Combinadas, essas foram as maiores vendas semanais para a China desde abril de 2017, elevando os futuros de suínos dos Estados Unidos em mais de 4%.

Provavelmente, a China compra carne suína para suas reservas estatais, visando apoiar os agricultores que lutam para vender sua produção durante a epidemia de peste suína africana. “No momento, a carne suína sofre excesso de oferta na China; os preços estão baixos. Isso não significa que haverá essa mesma abundância no ano que vem”, disse Brett Stuart, presidente da consultoria norte-americana Global AgriTrends.

A China sofreu mais de 70 surtos da doença, que mata suínos, não tem cura e nem vacina. Suinocultores chineses começaram a reduzir o número de animais para minimizar perdas depois que os preços caíram. Isso ocorreu após Pequim proibir o transporte de suinos vivos de regiões infectadas. “Basicamente, todo suíno que é abatido ou morto para tentar controlar esta doença é um porco que precisa ser importado”, disse Dennis Smith, corretor da Archer Financial Services, em Chicago.

Equipe Suino.com

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