Um grupo de cientistas indianos desenvolveu uma nova planta de arroz transgênico tolerante a sal, exprimindo em excesso um gene de um arroz selvagem chamado Porteresia coarctata na variedade de arroz comum IR 64. Porteresia coarctata é um nativo da Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Myanmar e é cultivado principalmente em estuários salinos.

Em um relatório publicado na revista Scientific Reports, cientistas liderados pelo professor Arun Lahiri Majumder, do Instituto Bose, disseram que a nova safra pode suportar concentrações de sal de até 200 micromoles por litro ou cerca de metade da água do mar sem afetar o normal crescimento e rendimento de grãos. O estudo também indicou que o inositol, uma substância semelhante à vitamina encontrada em todas as plantas e animais, incluindo o ser humano, atua como um melhorador de estresse e como um interruptor para uma série de outras vias importantes para conferir tolerância ao sal.

Existem várias plantas chamadas halófitas, que são ricas fontes de genes de tolerância ao estresse salino. Porteresia coarctata é um deles. Um dos genes isolados anteriormente pelo grupo do Prof Majumder desta planta, PcINO1, codifica uma enzima tolerante ao sal que sintetiza inositol mesmo na presença de sal enquanto o segundo gene isolado pelo grupo, PcIMT1 da mesma planta converte inositol em outro composto chamado pinitol. Os pesquisadores superestimaram esses dois genes em arroz IR64 e geraram três tipos de linhas transgênicas: uma com introgressão apenas de PcINO1, a segunda apenas com PcIMT1 e a terceira com combinações de ambas.

As linhagens de arroz criadas com o gene PcINO1 exibiram tolerância significativamente maior, com uma concentração de sal de até 200 micromoles por litro ou mais em vasos, com pouco comprometimento no crescimento ou outros parâmetros fisiológicos. As outras duas linhagens transgênicas, uma com o gene PcIMT1 isolado e a segunda com os genes PcINO1 e PcIMT1, foram menos eficientes.

Fonte: Agrolink/ Leonardo Gottems