Para debater os impactos causados aos produtores integrados devido à crise no setor de aves e suínos, representantes da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniram na segunda (07/05), em Brasília.

Com a queda dos preços no mercado doméstico, a alta dos custos de produção, principalmente do milho e do farelo de soja, e a queda nas exportações, especialmente pela suspensão da compra de carne de frango pela União Europeia e embargo russo à carne suína, os setores têm enfrentado dificuldades este ano.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF), Fernando Ribeiro, afirmou que o preço dos insumos que compõem a ração animal aumentou significativamente.

“O setor está passando por algumas complicações, mas a CNA juntamente com as Federações tem trabalhado para garantir custos fixos e financiamentos e evitar demissões nos estabelecimentos”.

O produtor integrado do DF, Rodrigo Dolabella, há 23 anos trabalhava com produção de aves e no último mês viu sua empresa integradora fechar por conta de crises recorrentes. “A granja está desativada por tempo indeterminado, sem alojar os animais até que a situação se resolva”.

Para o presidente da Comissão da CNA, Iuri Machado, o fechamento das plantas ou até mesmo a redução dos abates estão relacionados à oferta excessiva e a baixa demanda de frango no mercado interno. “Os aviários ociosos colocam em risco a rentabilidade deles, que muitas vezes vivem exclusivamente dessa atividade”.

A CNA já conquistou importantes medidas para minimizar os impactos da crise nos dois setores, como a simplificação da prorrogação das dívidas pelo Banco do Brasil das parcelas de custeio e investimentos, tanto as já vencidas quanto aquelas que ainda vão vencer em 2018.

Lei da Integração
Os membros da comissão também debateram a relação contratual entre os produtores e a agroindústria diante da crise. De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional, Victor Ayres, pela lógica do modelo de integração, o produtor que está inserido em um sistema integrado deve ter a garantia de rentabilidade mínima e estar protegido ante as oscilações de mercado.

“Diante da crise, o produtor precisa pelo menos receber o pagamento para quitar dívidas de financiamentos e um custeio mínimo para arcar com as despesas da sua granja, independente de estar desalojado”, disse Victor.

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)