A colheita de milho em Mato Grosso para a safra 2017/18 já está em período de finalização, com 99,82% da área estimada, segundo boletim do Imea. As condições climáticas foram marcadas pelas baixas temperaturas e aumento da umidade em algumas regiões produtoras, no entanto, a finalização dos trabalhos de campo seguiu normalmente. Apenas as regiões noroeste, sudeste e centro-sul ainda não encerraram totalmente os trabalhos.

Restando poucas áreas para serem colhidas, que foram semeadas fora da janela ideal, a produtividade recuou em grande parte do Estado nos últimos dias, em especial nas regiões nordeste, norte e sudeste, ficando nesta semana com uma média de 92,07 sc/ha em MT.

E assim, apesar dos atrasos durante quase todo o período dos trabalhos de campo, a força-tarefa durante o pico da colheita fez com que, nesta reta final, ficasse no mesmo nível em relação à safra passada.

Confira os principais destaques do boletim:

• Mesmo com a colheita quase finalizada, o preço do cereal em Mato Grosso apresentou um avanço de 3,94%, encerrando a semana com cotação média de R$ 22,63/sc.

• As cotações na bolsa de Chicago fecharam a semana com queda de 2,22% para set/18 e 1,83% para jul/19. A perspectiva de uma safra ampla nos EUA continua pressionando os preços do cereal.

• Devido à valorização no dólar, apesar da queda na CME Group, a paridade para jul/19 fechou esta semana com aumento de 2,58%.

• O dólar exibiu um incremento de 3,79% e cotação média de R$ 4,06/US$, diante das incertezas com o cenário eleitoral local e a expectativa de alta nos juros norte-americanos.

De acordo com o Imea, no mês de jul/18 o custo ponderado de produção para o milho de alta tecnologia na safra 18/19 apresentou novo incremento em MT. No que tange ao custo operacional, houve crescimento de 0,6% quando comparado ao do mês anterior e agora passa a ser de R$ 2.338,53/ha, em decorrência, principalmente, da valorização do dólar no mesmo período.

No entanto, ao considerar o custo variável de R$ 2.112,77/ha e uma produtividade para o milho de alta tecnologia em 112,02 sc/ha, o ponto de equilíbrio ficou em R$ 18,86/sc, enquanto que, em comparação com a média da paridade de exportação para jul/19, esta está 7,7% maior.

Com isso, apesar de o dólar estar influenciando no aumento dos custos, ele também tem possibilitado que o cereal seja exportado a um preço acima do ponto de equilíbrio, demandando atenção do produtor para equilibrar os impactos dessa “faca de dois gumes” para a próxima safra.

Fonte:  IMEA