Com China ausente, soja cai no Brasil

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quarta-feira (17.07) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação caindo 0,44%. Com isso, a média recuou para R$ 78,39/saca, e as perdas durante o mês de julho já atingem 4,17%.

No interior a queda foi de 0,22%, para a média de R$ 73,66/saca, elevando as perdas do mês para 2,69%. “A queda de 0,25% na cotação do dólar no Brasil, somada à queda de 0,59% na cotação da soja em Chicago provocou mais uma baixa”, explica o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

De acordo com ele, a demanda chinesa continua fraca, agravada neste momento pelo problema dos fretes internacionais, que dispararam nas últimas semanas. “Isso é fruto da readequação dos navios à nova legislação internacional do uso de diesel com menor concentração de enxofre, reduzindo temporariamente a oferta de embarcações e o valor dos prêmios A figura mostra a relação inversa entre o frete marítimo e os prêmios da soja no Brasil. Chineses estão tentando rolar embarques de julho para agosto, tentando fugir da alta do frete”, complementa Pacheco.

FUNDAMENTOS

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA ainda têm um longo caminho para concluir o acordo comercial com a China, e que pode impor tarifas sobre outros 325 bilhões de dólares em produtos chineses se for necessário. Segundo Luiz Pacheco, isso “afasta para bem longe no tempo aquele fator eventualmente altista de diminuição dos estoques americanos diante de um acordo. Com isto, os preços do mercado físico e as cotações de Chicago continuarão pressionados diante das sobras recordes de soja dentro do mercado americano”.