Animados pela regularidade das chuvas dos últimos dias no Oeste da Bahia, os produtores da região deram início ao plantio da soja há uma semana e com as melhores expectativas, já que quase que a totalidade da produção dessa oleaginosa é de sequeiro, ou seja, depende das águas das chuvas para ser cultivada. A etapa de plantio dura em média dois meses e a previsão para a colheita é em meados de março do ano que vem, se estendendo até o mês de maio. Entre plantio e colheita, a produção da soja dura em média seis meses.

“A chuva veio mais cedo do que os produtores esperavam este ano. Foram quase 50 milímetros no primeiro final de semana deste mês. De acordo com as previsões climáticas, a perspectiva é de chuvas bem distribuídas”, ressaltou o produtor de Barreiras, David Schimidt.

David é um dos proprietários da Schimidt Agrícola e conta que no ano passado, na safra de verão, foram 11 mil hectares destinados à produção de soja em sua propriedade, resultando numa produtividade de 71 sacas/ha (saca de 60kg). No caso do algodão, a área plantada foi de 3 mil ha, com produtividade de 270 arrobas/ha. “Temos esperanças de repetir o resultado da soja e aumentar significativamente a média produtiva de algodão”, explicou.

No final do mês de novembro começa o plantio do algodão na região. De 20 de setembro a 20 de novembro é o período do vazio sanitário da pluma – período em que não pode existir plantas vivas de algodão no campo, para evitar a disseminação de pragas nas próximas safras. O ciclo de produção do algodão tem a duração de oito meses.

Segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), 60% da produção de soja do Oeste da Bahia é destinada aos países asiáticos e 40% para abastecer os mercados do Norte e Nordeste do Brasil. No caso do algodão, a fatia que fica no mercado interno é maior e tem seu destino basicamente para atender as indústrias têxteis da região Nordeste. A outra parte segue para o mercado internacional, através de trades – investidores do mercado financeiro que buscam ganhar dinheiro com operações de curto prazo, aproveitando-se da volatilidade do mercado.

Em relação aos valores de comercialização, a tendência é que o algodão venha com preço elevado em 2019, como aconteceu durante todo o ano de 2018, com diversas oportunidades de fechamentos acima das médias históricas. Já a soja, devido a trade war –  guerra comercial – entre os Estados Unidos e a China, agravada pelo tabelamento do frete, fixou um cenário de baixos preços e incerto para 2019. Essa situação faz com que os produtores aguardem um cenário mais claro e favorável para comercializar parte da produção.

Produção   

De acordo com o último Levantamento da safra de grãos 2017/18 da Aiba, o Oeste da Bahia colheu mais de 9,345 milhões de toneladas de grãos, numa área plantada de mais de 2,415 milhões de hectares, entre soja, algodão, milho, café e outras culturas. A soja alcançou produtividade média de 66 sacas por hectare e o algodão deve chegar a 320 arrobas/ha.

 

Foto: Deral

Fonte: Ascom Sistema Faeb