“Alguns países têm freado a saída de gêneros agrícolas exportáveis”

O comércio exterior será um fator relevante para impulsionar a recuperação da economia brasileira e global depois da crise do novo coronavírus , segundo afirmou o economista e diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Márcio Sette Fortes. De acordo com ele, existem contratempos trazidos pela própria crise que podem afetar resultados mais positivos na questão econômica e de segurança alimentar global.

“Alguns países têm freado a saída de gêneros agrícolas exportáveis em função do abastecimento de seus mercados internos”, destaca o economista. Por outro lado, ele acrescenta que isso representa uma oportunidade para o Brasil. “O País poderá suprir, com alguns gêneros agrícolas, à exceção do trigo, os canais abertos por seus concorrentes”.

No caso do Brasil, o diretor da SNA afirma que “há enormes riscos no horizonte do agronegócio”. Além do Brasil, ele indica como exemplos a Rússia, “que travou exportações de trigo”, e os Estados Unidos, “onde plantas de carnes industrializadas sofreram revezes, por conta da infecção de funcionários, parando de produzir e sinalizando a possibilidade de desabastecimento interno”.

Dentro do agronegócio, mais precisamente nas cadeias de soja e milho, o volume recorde e a contratação da safra para venda futura são promissores. Porém, diz ele, “os problemas quanto ao preço começam quando há perspectiva de safras maiores daqueles dois tipos de grãos nos Estados Unidos, o que deve ser o caso do corrente ano”.

“A guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia que derrubou o valor do barril de petróleo, criou a tempestade perfeita ao conjugar-se com um cenário de demanda reduzida por combustível em um ambiente de lockdown mundial”, conclui ele.

Fonte: Agrolink