Mercado trabalha com hipótese de recomposição de plantel, mas também com a possibilidade de que a China esteja antecipando abates dos animais por medo da doença

A chance de haver uma nova onda de Peste Suína Africana com sequência de alta nos preços da proteína suinícola no país não está descartada, segundo a fundadora e diretora executiva da Agrifatto, Lygia Pimentel, durante o seminário “Novo Ciclo das Commodities”, realizado na segunda-feira (26) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A especialista contextualiza que os abates de suínos na China estavam em queda desde janeiro de 2019, exaurindo a oferta de animais devido à PSA e fazendo com que os preços da proteína e os abates subissem até chegar em um platô.

“Nós temos duas teorias agora: uma que o rebanho se recompôs, então os abates estão começando a subir e os preços, a cair. A segunda é de que os produtores estão com tanto medo que a PSA dizime o rebanho que eles estão forçando os suínos na linha de abate para receber menos pela mercadoria, mas ainda assim receber alguma coisa”.

A segunda tese, de acordo com Lygia, poderia ocasionar uma segunda onda de alta dos preços da carne suína na China, além de influenciar a commodity globalmente e também puxar o preço das carnes concorrentes (bovina e de frango) para cima, na mesma dinâmica.

“Ainda precisamos de uma confirmação desse movimento, assim como precisamos de uma confirmação mais clara de uma tese de que se existe um superciclo de commodities, mas fato é que essa tese está no ar e estamos acompanhando os indicadores que formam essa hipótese de preços em alta após esse suposto descarte de animais”, disse.

Fonte: Notícias Agrícolas