As cotações do milho em Chicago subiram um pouco, fechando a quinta-feira (21) em US$ 3,51/saco, contra US$ 3,36 uma semana antes. Todavia, por enquanto, o mercado não está encontrando motivos para que os preços saiam deste marasmo e dos patamares baixos. Uma possibilidade futura de melhoria seria a recompra de contratos de milho e trigo que os Fundos tendem a fazer logo adiante. Outra poderá ser o recuo na área semeada nos EUA em 2018, porém, a intenção de plantio somente sairá no último dia útil de março. Antes, teremos em fevereiro o relatório Outlook do USDA que, mesmo não sendo muito considerado pelo mercado, poderá dar uma pista de para onde o plantio poderá seguir nos EUA. Enfim, espera-se que as exportações estadunidenses melhorem a partir de fevereiro, quando o Brasil estará menos ativo no mercado externo. Todavia, esse conjunto de fatores estão na área da possibilidade e não da certeza.

Quanto às vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 07/12 o país exportou 866.900 toneladas de milho, não animando o mercado.

Por outro lado, o retorno das chuvas na Argentina e no sul do Brasil, com possibilidade de as mesmas se estenderem para o Centro-Oeste brasileiro, pressionou para baixo igualmente Chicago.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB fechou a semana valendo US$ 159,00 e US$ 121,00 respectivamente.

Aqui no Brasil, o preço médio no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 27,30/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 29,00 e R$ 30,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 16,50/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 35,50 em Itahandu (MG), passando por R$ 31,00/saco em Videira e Campos Novos (SC). Já a Sorocabana paulista trabalhou boa parte da semana ao redor de R$ 30,00/saco, enquanto o referencial Campinas se manteve em torno de R$ 34,00 no CIF disponível.

Os consumidores paulistas ainda encontram dificuldades para abastecimento de seus estoques, com o quadro devendo piorar neste final de dezembro em função da paralisação natural das atividades devido aos feriados de final de ano.

Este quadro tende a se prolongar para o início de janeiro, enquanto março e maio dependem do resultado da safra de verão e de como a logística irá se comportar a partir da entrada da mesma.

Nas exportações, até o início desta semana o Brasil havia vendido 2,53 milhões de toneladas ao exterior, com expectativa de chegar a 4,2 milhões no conjunto do mês de dezembro. Esse volume preocupa, pois a tendência é de sobrar um volume grande em estoque no país, fator que pressionará para baixo o mercado, especialmente a partir da colheita da safra de verão. Aliás, ainda está sobrando um grande volume da última safrinha para ser comercializado. Até o dia 17/12 os produtores nacionais haviam negociado 69% da mesma, contra 88% na mesma época do ano passado (cf. Safras & Mercado).

E, por falar em safrinha de 2018, o Paraná indica preços de R$ 31,50 a R$ 32,00/saco para agosto/setembro, porém, com poucos negócios. No Mato Grosso, os preços são bem mais baixos, ficando entre R$ 16,00 e R$ 18,00/saco, enquanto em Goiás os compradores indicam R$ 21,00/saco, porém, os produtores partem suas ofertas a partir de R$ 23,00/saco. No geral, estes preços estão muito elevados a julgar pelo quadro de oferta que o país deverá ter a partir de fevereiro próximo.

Assim, no curto prazo, o mercado dependerá da real situação de estoque existente junto aos consumidores no início de janeiro. Em os mesmos se mostrando baixos, poderemos assistir a uma elevação de preços antes da pressão definitiva da colheita de verão. Caso contrário, o mercado tende a ficar nos atuais níveis, com viés de baixa se não houver frustrações climáticas no período. Logo em seguida, não se descarta um recuo mais expressivo nos preços do milho diante das dificuldades de exportação atuais, do volume disponível da safrinha anterior e da entrada da nova safra de verão, mesmo que ela tenha registrado forte recuo na área semeada.

Fonte: CEEMA-UNIJUÍ
Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário