As cotações para o milho na bolsa B3 continuam apresentando valorização, que chegaram a fechar em R$ 43,62/sc na última terça-feira (22/05). Com isso, até o momento, a média dos preços de maio já apresentou um incremento de 8,4% em relação ao observado em abril.

O pessimismo quanto à oferta de segunda safra brasileira segue sendo o principal fator das altas, além disso, a paralisação dos caminhoneiros no país desde a última semana já impacta a oferta imediata do cereal. Em Mato Grosso, as chuvas atingiram grande parte das regiões na última semana, o que colabora para a melhora no peso do grão e na manutenção das lavouras, no entanto, algumas áreas já podem apresentar danos irreversíveis.

Assim, com a baixa disponibilidade do cereal e incertezas quanto à colheita da segunda safra, as preocupações têm sido estendidas também para o setor da pecuária, principalmente neste momento em que se intensifica a temporada de confinamento bovino em MT.

Confira os principais destaques do boletim:

• Devido à escassez do milho disponível no mercado interno, as cotações em MT exibiram
alta de 0,07% e média de R$ 22,84/sc nesta semana.

• Em vista da preocupação com as condições climáticas dos EUA, as cotações na CME –Group para jul/18 exibiram alta de 1,91% e cotação média de US$ 4,05/bu.

• Nesta semana o dólar exibiu queda de 0,84% e média de R$ 3,65/US$. A intervenção do Banco Central do Brasil pautou o recuo da moeda norte-americana.

• A relação frete/milho apresentou baixa de 2,95 p.p. nesta semana, em decorrência, principalmente, da desvalorização nos preços do frete de grãos.

O PESO DO DÓLAR:

O dólar detém grande influência nas negociações do milho em MT, sobretudo, na competitividade no mercado externo, e além disso pode impactar os custos de produção, sendo de suma importância seu acompanhamento.

Nesse sentido, apesar do recuo do dólar nesta última semana, as cotações já acumulam um ganho de 6,1% no mês de maio, sendo a expectativa de aumento da taxa de juros nos EUA uma das principais influências. Além disso, tanto as cotações na CME, quanto os prêmios, têm colaborado para as vendas a termo, visto que a paridade de exportação para
o contrato de jul/18 chegou a atingir o auge de R$ 25,45/sc.

Assim, com o dólar trabalhando a patamares elevados, esta pode ser uma “via de mão dupla” para o produtor, visto que, além de boas oportunidades de negócios, também demanda atenção quanto aos impactos nos custos de produção para a próxima safra.

Fonte: Imea