O agronegócio brasileiro deve crescer 1,9% em PIB-volume em 2018, conforme dados de janeiro a maio de 2018, analisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). De acordo com pesquisadores do Cepea, as projeções de alta do agronegócio para o ano foram reduzidas frente ao relatório anterior (primeiro quadrimestre), devido, principalmente, ao menor crescimento estimado para a agroindústria em 2018.

No geral, a agroindústria brasileira tem evoluído desde o segundo semestre de 2017. No entanto, pesquisadores do Cepea indicam que, como a economia brasileira mostra sinais muito modestos de recuperação – inferior à expectativa do mercado no início de 2018 –, a reação da agroindústria acaba sendo limitada.

Quantos aos preços relativos do agronegócio, o que permite realizar uma avaliação sobre a renda do setor, as estimativas atuais apontam para uma perda de 8,4%, indicando que os produtos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia brasileira.

 

TABELAMENTO DE FRETES – Pesquisadores do Cepea destacam que a possibilidade de resiliência de um cenário de preços do agronegócio abaixo da média da economia brasileira e a pressão sobre custos – esta originada da política de tabelamento de fretes – podem derrubar a renda do setor. Segundo cálculos do Cepea, com base nas matrizes insumo-produto do IBGE, o agronegócio é o setor mais vulnerável ao tabelamento de fretes na economia brasileira frente à possibilidade de elevação dos custos e a ineficiências na precificação, dado que consome cerca de 42% de todos os serviços de transporte do País (para saber mais sobre esta análise, clique aqui e confira material completo sobre o tabelamento de fretes).

Assim, o impacto da implementação do tabelamento de fretes deverá recair diretamente sobre a população brasileira, já que, na medida em que tende a diminuir o preço ao produtor rural, resulta em aumentos de valores no varejo. Como o agronegócio é o setor potencialmente mais vulnerável à política, o peso elevado dos alimentos e bebidas na cesta de consumo do brasileiro (aproximadamente 25% do IPCA) e o fato de que, inevitavelmente, o ônus da política acaba sendo partilhado com o consumidor final mostram o possível impacto negativo sobre o bem-estar sobretudo da população de menor renda no País.

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Fonte: Cepea