O Indicador Cepea registrou queda de 0,62% nos preços do milho de Campinas e de 0,19% nos preços da B3 nesta terça-feira (24.07). Na visão do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco, os problemas de frete não estão conseguindo estancar as entregas e preços não avançam no físico.

“Os problemas com a fatídica tabela de fretes estão sendo, de alguma forma, contornados pelos vendedores de milho de outros estados, que fizeram vendas antecipadas e tem, contratualmente, que entregar agora e, com isto, os compradores conseguem receber algumas cargas, que os mantém fora de mercado”, explica.

Segundo Pacheco, também a colheita de milho em locais mais próximos dos compradores alimenta os seus estoques e lhes dão mais fôlego na disputa silenciosa que travam com os vendedores locais. O especialista aponta ainda redução na demanda nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.

“Por outro lado, os vendedores apostam na quebra da safrinha, no aumento da demanda de exportação e na necessidade de reposição de estoques dos compradores fatores que, segundo eles, devem elevar os preços a níveis que compensam segurar agora o produto. Na verdade, o volume de negócios diminuiu muito nos últimos 10 dias, justamente diante desta guerra entre compradores e vendedores, para ver quem cede primeiro”, conclui.

B3 SÃO PAULO

As cotações do milho no mercado futuro da B3, de São Paulo, voltaram a subir nesta terça-feira, mas muito levemente, com percentuais entre 0,04% e 0,17%, com exceção do mês de maio, que fechou em queda de 0,20%.

“Com isto as cotações para os primeiros meses de 2019 se mantiveram acima dos R$ 40,00/saca indicando que os fatores de alta estão se fortalecendo e que, eventualmente, os preços poderão ainda, subir mais, dependendo do comportamento final da safrinha no Brasil e da demanda por milho brasileiro para exportação”, aponta Pacheco.

Fonte: Agrolink-Leonardo Gottems