Segundo o boletim de julho divulgado pelo Sistema Faep – Federação de Agricultura do Estado do Paraná, os defensivos agrícolas, pintados como vilões, são produtos com avanços tecnológicos que permitem ao produtor rural manter altos níveis de produtividade para alimentar o mundo.

Os defensivos agrícolas são, na prática, avanços tecnológicos resultado de décadas de pesquisas científicas do poder público e iniciativa privada. Os produtos têm uma série de trâmites e exigências legais a serem cumpridas antes da liberação para uso, como procedimentos de segurança pré-definidos e um controle criterioso, o que vale da fabricação até a venda, do uso nas lavouras até a análise de amostras de alimentos já colhidos para análises em laboratório. Isso faz com que seja uma cadeia de alto controle e de responsabilidades econômica, ambiental e social. Mas todo esse esforço de cada elo da cadeia não costuma ser facilmente reconhecido pela opinião pública.

Em um dos episódios mais recentes que exemplificam essa situação, o debate de um Projeto de Lei que prevê uma modernização da legislação que regula o registro de defensivos agrícolas causou furor na ‘esfera pública’ da internet. Artistas e celebridades, muitos sem qualquer contato mais próximo com a complexidade da área agrícola, começaram uma ofensiva contra os produtores. Nas peças com conteúdo ideológico, sem embasamento científico, os agricultores são acusados de usarem agroquímicos em excesso e mais do que qualquer outro lugar do mundo.

Brasil usa 11 vezes menos agrotóxico do que o Japão

Os números levantados com critério científico, no entanto, mostram justamente o contrário. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), mesmo sendo um país tropical (sem a neve e o frio congelante que esterilizam o solo em nações tradicionais de agricultura na América do Norte, Europa e Ásia), o Brasil usa 11 vezes menos agrotóxicos, em relação à área cultivada, do que o Japão, país conhecido pela longevidade do seu povo. Apesar de o Brasil ser o maior exportador do mundo de café, soja e suco de laranja, e um dos maiores na produção de vários outros alimentos, os produtores ocupam apenas o 11º lugar no ranking mundial do uso de defensivos agrícolas em relação ao volume total produzido, ainda segundo a FAO.

Isso mostra algo que é desconhecido à imagem que circula no senso comum. Ainda segundo a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, os produtores rurais são os que mais buscam a economia no uso de defensivos agrícolas. A cada aplicação que deixa de ser feita em uma lavoura há um ganho financeiro significativo, além de todo o ganho ambiental e outros benefícios intangíveis.

“Há inúmeros benefícios financeiros. Tem produtor que deixou de fazer uma aplicação com inseticida que representou economia de R$ 100 mil em uma única safra. E temos também aspectos que não são possíveis de medir com precisão, como menor exposição aos produtos, menor desgaste de equipamentos, menor intervenção no ecossistema das lavouras e uma série de outros pontos”, conta Flaviane Medeiros, coordenadora do curso Manejo Integrado de Pragas (MIP) na soja, promovido pelo SENAR-PR.

Acesse  o Boletim na íntegra.

Fonte: Boletim Informativo Sistema FAEP