Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quinta-feira (21.03) com preços médios da soja negociada subindo 1,93% sobre rodas nos portos do Sul do Brasil, para R$78,50/sc, ou seus equivalentes no interior do país. No interior o aumento foi de 0,19% para R$ 72,49, segundo a mesma pesquisa, puxados pelas vendas de exportação de farelo.

De acordo com Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, houve influência altista dos aumentos de 0,9% do Dólar no Brasil e de 0,44% da soja na Bolsa de Chicago. “Hoje foram negociados 750 mil toneladas de farelo de soja no Brasil e 250 mil toneladas de farelo de soja na Argentina, seguindo as perspectivas de boa demanda chinesa, diante da redução de plantel de suínos, que terá que ser reposto devido à peste suína”, complementa.

“Os produtores brasileiros de carne suína também esperam aumentar as suas exportações para a China pelo mesmo motivo. Isto deverá fazer aumentar a demanda interna de farelo de soja e do próprio grão, sendo mais um motivo que deve dar suporte ao fortalecimento dos preços da soja no segundo semestre desse ano no Brasil”, projeta o especialista.

FUNDAMENTOS

A massa de ar quente de alta pressão que se estabeleceu sobre o Sul do Brasil e toda a Argentina, começa a se expandir em direção ao centro brasileiro, cobrindo todo o Paraguai. Os mapas climáticos analisados pela Consultoria AgResource trazem um período de estiagens de 5-7 dias projetado para o Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Sul do Mato Grosso, todo o estado de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

“Sob o mesmo cenário também estarão as áreas sojicultoras na Argentina e no Paraguai. De maneira geral, não há preocupações agressivas diante da finalização da colheita da primeira safra e do desenvolvimento da segunda. Além do mais, o período de recesso nas precipitações definirá um bom padrão para o progresso da colheita no Paraguai. Entretanto, chuvas são necessárias nos últimos dias de março, para que nenhum corte agressivo seja adicionado às estimativas de produção”, conclui a ARC.

 

Fonte: Agrolink/ Leonardo Gottems